É tão difícil ficar-se neste espanto De esperar o tempo Para parar de olhar Olhos espetados a vacilar Mas a teimar a teimar É tão difícil ficar-se neste encanto Do arrastar sabendo ainda a razão Do adiar daquela explosão Pra se dar pra se dar pra se dar É tão difícil ficar-se de baioneta Calada na ponta de uma escopeta Pra matar quem se avizinhe Sem avisar sem avisar É tão difícil ficar-se num barril De pólvora quase a estoirar Mãos no rastilho Sempre a abanar Mas pra queimar pra queimar pra queimar E cobri-me de noite escura À procura de uma tempestade