Falamansa - Cacimba de Mágoa lyrics

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Falamansa - Cacimba de Mágoa lyrics

[Ponte: Tato] O sertão vai virar mar, é o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce, de Regência a Mariana [Verso 1: Gabriel, O Pensador] Mariana, Marina, Maria, Márcia, Mercedes, Marília Quantas famílias com sede, quantas panelas vazias? Quantos pescadores sem redes e sem canoas? Quantas pessoas sofrendo, quantas pessoas? Quantas pessoas sem rumo, como canoas sem remos Ou pescadores sem linhas e sem anzóis Quantas pessoas sem sorte, quantas pessoas com fome Quantas pessoas sem nome, quantas pessoas sem voz? Adriano, Diego, Pedro, Marcelo, José Aquele corpo é de quem? Aquele corpo, quem é? É do Tião, é do Léo, é do João, é de quem? É mais um João-Ninguém, é mais um morto qualquer Morreu debaixo da lama, morreu debaixo do trem? Ele era filho de alguém, e tinha filho e mulher? Isso ninguém quer saber, com isso ninguém se importa Parece que essas pessoas já nascem mortas E, pra quem olha de longe, pa**ando sempre por cima Parece que essas pessoas não têm valor São tão pequenas e fracas, deitando em camas e macas Sobrevivendo, sentindo tristeza e dor [Refrão: Tato] Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem E enche a cacimba de mágoa Hoje, me abraça forte, guarda esse mal pra outro bem Transforma lágrima em água [Ponte x2: Tato] O sertão vai virar mar, é o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce, de Regência a Mariana [Verso 2: Gabriel, O Pensador] Quem olha acima, do alto, ou na TV, em segundos Às vezes vê todo mundo, mas não enxerga ninguém E não enxerga a nobreza de quem tem pouco, mas ama De quem defende o que ama e valoriza o que tem Antônio, Kátia, Rodrigo, Maurício, Flávia e Taís Trabalham feito formigas, têm uma vida feliz Sabem o valor da amizade e da pureza Da natureza e da água, fonte da vida Conhecem os bichos e plantas e, como o galo que canta Levantam todos os dias com energia e com a cabeça erguida Mas vêm a lama e o descaso, sem cerimônia Envenenando o futuro e o presente Como se faz desde sempre na Amazônia Nas nossas praias e rios, impunemente Mas o veneno e o atraso, disfarçado de progresso Que apodrece a nossa fonte e a nossa foz Não nos faz tirar os olhos do horizonte Nem polui a esperança que nasce dentro de nós É quando a lágrima no rosto a gente enxuga e segue em frente Persistente, como as tartarugas e as baleias E, nessa lama, nasce a flor que a gente rega Com o amor que corre dentro do sangue, nas nossas veias [Refrão: Tato] Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem E enche a cacimba de mágoa Hoje, me abraça forte, guarda esse mal pra outro bem Transforma lágrima em água [Ponte x3: Tato] O sertão vai virar mar, é o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce, de Regência a Mariana [Ponte c/ eco e variações x2: Tato e (Gabriel, O Pensador)] O sertão vai virar mar (o sertão virando mar) É o mar virando lama (o mar virando lama) Gosto amargo do Rio Doce (da lama nasce a flor) De Regência a Mariana (muita força, muita sorte) O sertão vai virar mar (mais justiça, mais amor) É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce, de Regência a Mariana O sertão vai virar mar, é o mar virando lama...