[Intro] Aí, guerreiro, muita calma nessa hora, moro? Que Deus te abençoe na sua caminhada Abençoe as favelas, os presídios, os loucos, os justos Os pretos e os brancos do nosso mundão Falou, Patota de Cosme? Salve, salve, criançada Realidade Cruel e Face da Morte Muita calma nessa hora [Refrão] Muita paz para o povo pobre Sendo pobre não importa a cor Muita paz para o povo pobre Quem é pobre sente a mesmo dor [Verso 1] Muita calma, muita calma, muita calma A ideia é quente, invade a mente, aquece a alma Eu rimo lá na Sul, eu rimo lá na Leste Eu rimo lá na Norte, também rimo na Oeste Represento Hortolândia, minha mensagem de responsa Inimigo do imperialismo, mensageiro da esperança Não iludo os manos e as minas, muito menos as crianças Sabe o que eu queria, sangue bom? Ter duas bombas! Pra por uma na Casa Branca e a outra na Disneylândia Explodir o Mickey Mouse e resgatar o Zé Carioca Minha quebrada é o Santa Rita: vacilou, pula capota Acabamos de chegar na encruzilhada ideológica De um lado os artistas, do outro os ativistas A diferença entre nós já começa nos heróis Superman, Batman e Robin, tem também a Pocahontas Esses porras não são nada: herói pra mim é João Amazonas Um mundo sem dinheiro seria um mundo sem miséria Senão fosse a ganância, não existiria guerra Se fosse a reforma agrária, não seria a favela Se pá, cê cola lá pra sumariar, trocar uma ideia Vai ver que os manos do crime é tudo filho de sem-terra Essas ideias desesperam, realmente apavora Mas que nada, ladrão, muita calma nessa hora Muita calma nessa hora [Refrão] Muita paz para o povo pobre Sendo pobre não importa a cor Muita paz para o povo pobre Quem é pobre sente a mesmo dor [Verso 2] Paz entre nós, foda-se os playboys Paz entre os pobres, fodam-se os nobres Cla**e de arrombado que diz ter sangue azul Mas o empresário vai à rua pro michê comer seu... Anos e anos, séculos e séculos Prostituição, a profissão mais antiga do universo Eu peço a Deus que proteja aquelas mina, ganha a vida na esquina 30 conto pelo corpo ou três papel de c**aína Enquanto isso na revista, na TV, você vê A nudez da atriz global, todo mundo acha normal Depois fica pagando: "Num é o que você tá pensando Isso aqui é meu trabalho". Seu trabalho é o caralho Se é a**im, então pera aí: Se as duas vendem o corpo, as duas tiram a roupa Se é vergonha pra uma, então por que não é pra outra? Já nasci com um estigma, defendo as minorias Se somarmos uma a outra são iguais a maioria Que se exploda a burguesia Diferença entre vocês é muito simples, é básica, só conta bancária Galisteu, Tiazinha ou a rainha Xuxa: pra mim, é tudo puta He, não quer ouvir, desliga aí, mas se tá afim, escuta aí Sangue bom, não se apavora Aí, meu irmão, muita calma nessa hora [Refrão] Muita paz para o povo pobre Sendo pobre não importa a cor Muita paz para o povo pobre Quem é pobre sente a mesmo dor [Verso 3] Deus é bom pra quem tem calma, Deus acalma quem é bom Então acredito mais em quem reza pela paz do que na paz de quem não reza Não, não, não, não reza mais Muita gente não tem paz porque não deixa o outro em paz Eu digo mais sobre a paz: ela é casada com a justiça Acredito na divina, de Deus não se duvida Duvidar de Deus é um pecado mais que mortal Porém justiça entre os homens tem que ser a social Inimigo do sistema, sou eu, latino-americano E que se exploda o europeu que invadiu pelo mar há 500 anos atrás Hoje invade pelo ar: ondas eletromagnéticas E mais, as multinacionais, engolindo as estatais Culpa do FHC Vamo tirar o emprego dele antes que ele tire o de você Só quero dos meus amigos aquilo que for possível Se exijo demais, eu é que não sou amigo Chega de individualismo, pensamento coletivo é a saída pra nação Então, irmão, diga "não" aos importados e tal Vamo valorizar, sim, mas valorizar o nacional Vamo dar um fim, chega, tudo que vem lá de fora Eu já falei vou repetir: muita calma nessa hora Eu já falei, sangue bom, muita calma nessa hora Muita calma nessa hora [Refrão x2] Muita paz para o povo pobre Sendo pobre não importa a cor Muita paz para o povo pobre Quem é pobre sente a mesmo dor