[Eduardo] Não queria o moleque com a faca na mão Ajoelhando o tio grisalho querendo seu cartão Queria só rimar choro de alegria Mas na favela não tem piscina armário com comida É só gambé gritando deita pro mano de escopeta Que na fita do pagamento fuzilou o dono da empresa [Dum Dum] Cuzão que não concorda com o holocausto brasileiro Vive no condomínio limpa o rabo com dinheiro [Eduardo] Quer o sangue do ladrão bebendo seu uísque Protegido na ilusão na grade da suíte Sua paz está no luto decretado pelo tráfico Comércio fechado tipo feriado Tá na bala perdida do fuzil varando sua porta Explodindo teu mundo rosa te pondo na cadeira de rodas Na gravação do circuito interno do Bradesco Roubo a banco, querendo enterro, ladrão trocando pra não ser preso No céu não tem deus só o helicóptero da polícia Descarregando a traca no fugitivo da delegacia Aqui o corujão só pa**a bang-bang No fim do arco-íris o dono do jato vomita sangue Leva vigia colete e blindagem pra ir pro restaurante Senão é viúva chorando e Omega zero no desmanche Não vou rimar felicidade no meu rap Se aqui filho da puta a marcha fúnebre prossegue [Refrão x4] A paz tá morta, desfigurada no IML (plá, plá, pum) A marcha fúnebre prossegue [Eduardo] Tá rindo quer dançar quer se divertir Meu relato é sanguinário playboy não vai curtir Sou homem pra falar que o moleque do pipa Esquecido um dia troca tiro com a polícia Não simulo sentimento pra vender CD Não vou falar de paz vendo a vítima morrer Vendo no DP mano cumprindo pena Matando o seguro pra ter transferência Vendo a criança no norte comendo caquito Gambé desovando mais um corpo no mato Não iludo o casal dirigindo feliz a pampa Fora da blindagem é um sonho a segurança Quando o portão automático da goma subir Prepara a senha do cofre pro ladrão abrir Que deus deixe ele encontrar madame sua esmeralda Senão ele arranca seu coração na faca [Dum Dum] A polícia vai chegar só pra fazer perícia Quando alguém se incomodar com o cheiro de carniça [Eduardo] No balcão toma com limão pra esquecer o desemprego E bater na mulher quando chegar a noite bêbado Desde às 4 da manhã nem vaga pra lavar privada O mano perde a calma mata a família e se mata Caixão lacrado não estimula verso alegre Aqui filho da puta a marcha fúnebre prossegue [Refrão x4] A paz tá morta, desfigurada no IML (plá, plá, pum) A marcha fúnebre prossegue [Eduardo] Queria que a vida fosse igual na novela Jet-ski na praia esqui na neve européia Sem pai de família gritando a**alto ou sendo feito de escravo Com 1.5.1. por mês de salário [Dum Dum] Que não enche nem metade de um carrinho no mercado Não paga luz e água o aluguel do barraco [Eduardo] Aqui pro cidadão honesto ter um teto Só pondo o fogão na cabeça invadindo o prédio Saindo na mão com PM do choque Sobrevivendo o tiro da reintegração de posse Pergunta pro tio do terreno invadido no escuro O que é um trator transformando tua goma em entulho Arrombado que me critica me mostra o povo sorrindo De carro casa própria churrasco no domingo [Dum Dum] Será que é miragem um mendigo que come osso Gambé porco que pela tua cor deforma seu rosto [Eduardo] O menino com a 3.8.0. que rouba o carro E dá fuga deixando a burguesa mutilada sem metade da nuca Quem vê violência só na tela da TV Só vai ouvir Facção e conseguir entender Quando tiver amarrado dentro do porta mala Rezando pro ladrão não enfiar bala Quando trombar a dor vai enxergar o verdadeiro rap Aí o filho da puta vai sentir que a marcha fúnebre prossegue [Refrão x8] A paz tá morta, desfigurada no IML (plá, plá, pum) A marcha fúnebre prossegue