Já me acostumei com a falte de caridade Já me acostumei com os gestos de Barrabás Já me acostumei com toda a certeza Pois a natureza do insano me atingiu Já me acostumei a ver a luz Até mesmo onde não está Pra mim é normal ocultar a verdade E em nome de Deus dizer a mentira Já me acostumei a falar com os espelhos E me convencer da minha beleza A falar do próximo com desrespeito E a bater no peito dia sete do nove Já me acostumei com a fome na África Com a guerra santa e os filmes de heróis E, pensando bem, quem se importa com isso? A mentira, amigo, é amiga do homem Já me acostumei