É inegável que todo rolé que eu entro desde o mês de setembro carrega um fardo que não compreendo. Tudo parece uma introdução a um diálogo platônico, e se em algum momento eu saí da caverna foi numa festa no início de 2014. Saindo do cinema com uma garota o meu ar era de melancolia, e o dela de expectativa, talvez. Tive a impressão que tinha decepcionado, o que é uma forma delicada de dizer que não tive coragem de beijar seus lábios. Me sentindo derrotado, tudo que eu conseguia pensar era na pressão que meus amigos haviam feito, e ainda iam fazer. Hoje eu tenho 18 anos, mas tente explicar pra um menino de 16 anos o quanto ele está errado Tive que contar pra eles que eu falhei, eu falhei. E que aquela noite eu ia beber, ia beber, pra me esquecer do ser humano ridículo que eu sou, eu sei Nós fomos para um festa e eu saí correndo, perdi meu fôlego, maconha demais, minha pressão estourando. Peguei na mão dos meus amigos e disse: esse será meu meu fim, e ele será extremamente tragicômico Eles riram de mim e disseram: fábio, cê tá viajando cara. E viajando eu estava, mas deus sabe que eu não estava brincando Subitamente aquela sensação se tornou na coisa mais sublime que eu já havia experimentado. Conseguindo sentir tudo, só que muito ampliado, me aproveitei disso o máximo que pude. Mas dez minutos depois um acidente de trânsito acontece na rua e eu entro em pânico as próximas duas horas tenho que escutar um homem gritando. Ao chegar em casa penso, que belo começo para um ano No outro dia nem consegui sair. Disse pros meus amigos que eu preferia ler Noam Chomsky