[Verso 1: Eduardo] A carniça no mato com mosquito, puta fedor! Me mostra que a luz no fim no túnel apagou Não acredito na paz no futuro O som da metralhadora me traz um crânio com uma par de furo Enquanto você tá sonhando com a justiça O moleque de 12 troca tiro com a polícia Pega o boy arranca os dente, no sonho do videogame Toma 5 do PM, é enterrado como indigente Outro corpo na mansão, pra mim é só o começo Sangue, lágrima, dinheiro à qualquer preço Criança gritando, dor, desespero Vendo a mãe tomando facada, arrastada pelos cabelo No porta-malas com capuz, agora é só Jesus Cadê a senha, ou o padre abençoa sua cruz Colaborou, falou dos filhos, me deixa vivo, leva tudo Menor muito louco, fez outra viúva de luto No céu tem fogo, mas não é Festa Junina É a favela de cima querendo ponto de c**aína Soldado do tráfico carbonizado, rotineira paisagem Ao futuro da criança sem cabeça, identidade A vitrine do crime com carro, ouro no pescoço Atrai mais o moleque que o fogão sem almoço Não quero va**oura igual meu pai, vou ser tipo os mano da rua Invadir o condomínio, deita filho da puta Aí tia, seu filho criado com afeto Ta no chão da U.T.I. sonhando com um médico Mijado, cagado, ferimento do tiro inflamado Gritando socorro pro enfermeiro, implorando pra ser medicado Eduardo, Dundum, Erick 12, Facção Não canto esperança porque não vendo ilusão Malote na mão, vigia no chão... pou, pou A luz no fim do túnel apagou [Refrão 2x: Moysés e Eduardo] A luz do fim no túnel apagou Caixão lacrado, Glock no doutor A luz do fim no túnel apagou Malote na mão, vigia no chão... pou, pou [Verso 2: Dundum] País do caralho, não me deixa ter um carro Um bom tênis, comida, um salário Nascido pra pa**ar fome, por mão na parede Pra sonhar com B.O. bem sucedido na Mercedes FHC, pega sua arma, seu crack e vai pro inferno Borbulha na colher e faz presença pro seu neto Quem sabe o excluído, invada sua fazenda Te dê facada, te ponha uma venda e a**im você entenda Que por dinheiro o ladrão pega o galão de gasolina Incendeia a criança de 6 e sua família Aqui não tem livro na favela, biblioteca Sem centro cultural, só estilete na cara na cela Quantos mais transformados em carniça no mato? Decapitado, pulso algemado, torturado Por 1 real, 1 papel, uma grama Sempre por migalha meu povo desfigurado na ambulância Condenados ao segundo grau, no máximo À faxineiro, à gritar a**alto pro empresário 4 da manhã esmagado no buso até o centro Pra no final do mês não ter um grão de alimento Ninguém queria ta matando o gerente no banco Nem no flete proporcionando pânico É que uma hora cansa o cheiro de esgoto O barraco na margem do rio onde boia o rato morto Pro meu povo não tem arquiteto, juiz ou empresário É só o tio que vende bala e pa**a em baixo da catraca Ou o traficante descarregando seu rifle fal Ou a puta no motel, fazendo s**o oral O projeto uma escola a cada 4 presídios Deu 180 mil presos, resultado atingido Só prevejo boy chorando, cena de terror A luz no fim do túnel... pou, pou, apagou! [Refrão 2x: Moysés e Eduardo]