[Refrão: Marrom] Não existe amanhã pra quem vive nessa vila Não existe amanhã [Verso 1: Alexandre Assis] Pra quem mora aqui nessa vila, não existe amanhã Não existe paz, não existe irmão ou irmã Só existe revolta, que bosta, a senhora implora Melhora, resposta não rola e agora? Quem vai dar uma a**istência Pra uma família pedindo clemência A sentença pra quem mora aqui na favela É o sistema que te explora, incita a guerra Vila Império, Lado Sul, aqui não é diferente De Pirituba, Guarulhos, da Cidade Tiradentes, me entende? Somos todos ba*tardos da nação Dos Trezento$e$e$$entagrau$dede$truição Que Deus tenha dó dos que ainda tem fé Que mantenha a sua e a minha família em pé Eu sei que Ele quer salvar o mocinho e o bandido O pobre e o rico, o traidor e o traído Toda vez que acordo, me sinto pronto pra batalha E pra desgraça ou a vitória se for conquistada Uma vida inteira de conflito externo e interno A incerteza do destino é um eterno inferno A sorte tá lançada, o diabo já deu o preço A bocada tá mais perto que a agência de emprego Pra zoar tem mais de 100, pra ajudar não tem ninguém Não existe amanhã, tô te dando o porquê [Refrão: Marrom] Não existe amanhã pra quem vive nessa vila Não existe amanhã [Verso 2: Alexandre Assis] Fique de mãos postas e faça uma prece Pra se manter longe desta peste, desta febre Uma pá de mano iludido pelo crime Pelo cofre do banco, pela roupa da vitrine Aí é 1-2 pra sair pro arrebento Mas aí, e depois? Qual que vai ser seu argumento Quem cresce no crime, desperta o ódio dos "bico" Você conhece o regime e não escapará disso, com isso Perdemos mais um mano na armadilha Mais uma derrota na luta da vida Toda a paz desse mundo se sacrifica no ataque e revolta Corra atrás do futuro, a auto-estima não bate na porta A única certeza que nós temos é da morte O resto precisa ser conquistado, tem que ser forte Sorte, lágrimas, suor e sangue A luta aqui é diária e bem pior que antes Não existe amanhã, a**im impôs o sistema Vivo cada dia com se fosse o último nesse planeta Domando o desespero, correndo contra o tempo Quem adia a própria morte também é um herói do gueto [Refrão: Marrom] Não existe amanhã pra quem vive nessa vila Não existe amanhã [Verso 3: Alexandre Assis] A minha alma tá armada e apontada para a cara do sossego Desmascara a farsa, traz a calma ao seu tormento O gueto vive, sobrevive a cada provação Meu povo é forte e será muito mais quando tiver união A mãe lavadeira, o pai carpinteiro A filha desempregada e um filho detento E mais 2 pequenos, é só um exemplo e não é o pior Em prol do dinheiro, mano se reduz ao pó E pelo pó, pela pedra, pelo álcool em excesso Uma escola por vila, em cada esquina, um boteco É só uma das armadilhas que todo dia um mano cai 100 justiça, 100 paz, trouxa aqui não encontra mais Onde'tão meus manos, que rumo'tão tomando Caminho longo e estranho, bole outro plano Me explique melhor onde você quer ficar Do lado dos mortos ou dos que vive mais Não espere por político, milagre de pastor Baú da felicidade ou ajuda de doutor A força de vontade tem que vir de você mesmo Esse é o combate: Conseguir sem perder tempo Milhares de pessoas morrem todo ano Na maioria pobre, sem estudo ou trampo Faça sua vida, controle sua história Se vai haver ou não amanhã, cabe a você a resposta [Refrão: Marrom] Não existe amanhã pra quem vive nessa vila Não existe amanhã [Fala: Alexandre Assis] Aí soldado, não deixe ninguém destruir sua vida, encontre uma razão pra viver, tire o ódio do seu coração, proteja seu filho, saiba perdoar, ganhe o dinheiro, mas não deixe o dinheiro te ganhar. Seja verdadeiro consigo mesmo, ladrão... Que Deus ilumine meus primos e minhas primas, os reviravolucionários: Danny-¢, Marrom, Xandão, Rúbia, e aí DK, Alê, Jr. Kao$, Nival, e aí Batata, então Paul, muita força pro Yan, Silk 7, FEX, e aí Gordinho, F.A.$., Eazy-Kao$, Pacheco e Erick 12 2003, Lado Sul pra vida, ladrão... Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhh... Som pa patrão escutá...