[Intro: Emicida] Menino, mundo, mundo, menino [Verso 1: Emicida] Selva de pedra, menino microscópico O peito gela onde o bem é utópico É o novo tópico meu bem A vida nos trópicos não tá fácil pra ninguém É o mundo nas costas e a dor nas custas Trilhas opostas, 'la plata' ofusca Fumaça, buzinas e a busca Faíscas na fogueira bem de rua, chamusca Sono tipo 'slow blow', onde vou vou Leio volvo, e até esqueço quem sou, sou Calçada, barracos e o bonde A voz ecoa sós mas ninguém responde Miséria soa como pilhéria Pra quem tem a barriga cheia, piada séria Fadiga pra nóis, pra eles férias Morre a esperança E tudo isso aos olhos de uma criança... [Refrão] Gente, carro, vento, arma, roupa, poste Aos olhos de uma criança Quente, barro, tempo, carma, roupa, nóis Aos olhos de uma criança Mente, sarro, alento, calma, moça, sorte Aos olhos de uma criança Sente o pigarro, atento, alma, louça, morte Aos olhos de uma criança [Verso 2: Emicida] É café, algodão, é terra, vendo o chão é certo É direção afeta, é solidão, é nada (é nada) É certo, é coração, é causa, é danação, é sonho, é ilusão É mão na contra mão, é mancada É jeito, é o caminho, é nóiz, é eu sozinho É feito, é desalinho, perfeito carinho, é cilada É fome, é fé, é os home, é medo É fúria, é ser da noite é segredo, é choro de boca calada Saudades de pa-pai, quanto tempo faz, a esmo Não é que esse mundo é grande mesmo A melodia dela, do coração, tema Não perdi seu retrato Tipo Adoniran em Iracema [Ponte] São lágrimas no escuro e solidão Quando o vazio é mais do que devia ser Lembro da minha mão na sua mão E os olhos enchem de água sem querer [Refrão] [Outro] Menino, mundo, mundo, menino (x8)