Emicida - A vida do Emicida em suas próprias rimas lyrics

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Emicida - A vida do Emicida em suas próprias rimas lyrics

Emicida tem sido um dos MC's mais influentes dos últimos anos. Depois de um estrondoso show no Lollapalooza, nada mais justo do que contar a história de Leandro através de suas próprias rimas. Ainda podemos esperar muito do Emicida, mas por enquanto já temos uma discografia considerável para explorar. Não deixe de clicar em cada linha para saber de que música a citação foi tirada OBS: A "biografia" não segue a ordem cronológica das músicas Prólogo: Licença Aqui Daria um filme. 1-9-8-5, start, é quente. Ali, Tucuruvi, Hospital Presidente. Eu nasci junto a pobreza que enriquece o enredo Eu cresci onde os moleque vira homem mais cedo. Nego Nagô, traz nos olhos Xangô e Ogum Filho dos bons tempos, vindo dos bons ventos. Com a mema essência que pariu o Holocausto Urbano, Sampa. Pra quem vem de fora é uma beleza, minha cidade trampa 24 horas por dia. Monstro de concreto abraça com os tentáculo Criado por uma mulher, sua pele é cor de madrugada, uma rainha, e mesmo a**im tive que penar pra aprender que minha mãe não ia poder tá lá pra me ver crescer. Lá em casa nunca teve nenhum Home Theater Surround. Lá tinha água de bica, sem caixa e torneira. Família unida até no meio das ratazana. Com 4 anos eu já via o mundo inteiro contra mim. Homem da casa aos 6 anos Cap. 1: Sorrisos e Lágrimas (1985-2004) Lembro da coroa doméstica sob a garoa, profundo ver o peso do mundo nas costa de uma mulher. Alexandre no presídio, eu pensando no suicídio. Vendo os gambé zoando os que é menino bom. Cê sabe o quanto é comum dizer que preto é ladrão, antes mesmo de a gente saber o que é um? Mofo e piso vermelhão, abafado. Crioulo e criadouro de fio desencapado. Eu vi minha mãe me jogar dentro do guarda-roupa trancado, era o lugar mais seguro quando a chuva levou os telhado. Desgraça nunca é pouca, o peito acelerado, nóiz dentro do guarda-roupa Selva de pedra, menino microscópico, o peito gela onde o bem é utópico. Sentindo frio, num eterno vazio. Só quem conhece viu, como meu olhar é distante. Amuado eu penso várias bosta. Solitários e curtos, a**im são meus dias. Enquanto minhas noites são confusas e frias Dos campos onde se cultiva a depressão. No meu peito rufam tambores tocados em ritos, criados sobre o grito de dores. Na mente o diabo fazendo hora extra, meus pensamento é mais podre que o que resta da feira. Onde o normal é não ter pai, esperar a mãe que não vem. Um sofrer que faz jus ao blues, mas vale a pena tá vivo Eu sou Zona Norte, fundão, swing de vagabundo. Vi condomínios rasgarem mananciais. Eu era um neguim, vendo tudo do lado de fora. Volta a ter 15 anos quando vê o KL Jay tocando, Marechal improvisando. Cê não faz ideia do que foi escutar Pepeu, comprar um KL Jay e Blue, E.D.I. Fez pensar: Carai, quero ser isso aí. Era maderite, muleque, fut, grafitis e black books. Era uns cantando samba, outros cantando mulher Rueiro, sim! Não dou ordem em ninguém, ninguém da ordem em mim. Aprendi que a gente deve tudo, menos esperar. Não precisei ler Confúcio, amigo, pra saber que não pode ter distância entre o que eu faço e o que eu digo. Eu já quis ser Pablo Escobar, Fernando Beira-mar. Hoje eu quero ser eu, só que num melhor lugar Vi pelo mundo a fora que a vida é como uma pessoa boa, cê só nota quando vai embora. Direto vejo pai brincando com filho no parque, sinto inveja. Nem deu tempo pra dizer, bye bye. Meu pai morreu com um sonho que eu nasci: Viver do som que faz. Eu só peguei pra mim Disposto a trazer a cor dessa ilustração, sorrio mesmo sem a verba pra cortar o cabelo. Deixei fluir, tipo feng shui, ninguém sabe o que pode acontecer. Pensei que ia morrer de fome, comprei uma MPC. Não posso mais viver a 9 milímetros do meu sonho... Cap. 2: E.M.I.C.I.D.A. (2005-2009) Neguinho o caralho, meu nome é Emicida, porra! E.M.I.C.I.D.A. Sete letras, um propósito, eu não vou parar! Eu sou real como a vida, sem surreal, Emicida, morô, mano? Meu olhar de quadrilátero, diz que bom ainda não tá mano. Fico de canto, mudo, com a mente concentrada. O que eu entendo como o tempo é diferente. Tem nada a ver com hora, nada a ver com relógio e ponteiro, nada. Tempo é vida, vida pra mim é às sete da matina ter 16 linhas pesadas Meu melhor amigo tem sido o som. Duplo deck, várias ca**ete, estala tipo coruja. Pelas track, varar madruga atrás da rima mais suja. Vejo a alvorada no morro fazer par com a da vitrola, como se eu tivesse dentro daquele samba do Cartola. Peço licença ao Cartola, coloco um Adoniran. Deus ajuda quem cedo madruga pro turno, faz mó cara que eu não durmo... Sou tipo um general que lidera uma tropa vinda do breu e eu não confio, nem perdoo, por isso mandaram eu. Eu admiro Dalai Lama, mas vim matar meus inimigos igual Sun Tzu, e isso não é uma metáfora. No comando, nunca a mando de ninguém. Observando, batalhando, perdendo, ganhando. Treinando free o dia inteiro, lutando pra ser o primeiro e pirando quando os MC manda o flow mais cabreiro. MC que derruba o outro como Muhammad Ali. Raiz do hip-hop viva, nem gastei saliva quando matei mais rappers que a falta de perspectiva. Brigar pra ser o melhor entre vocês? Qualquer míope vê, eu já era isso em 2006 Jornais me chamam de matador e é o que quero ser, aquele que mata a dor. Já venci as batalhas, agora eu vou vencer a guerra. Gueto tipo Ndee, bico treme se ver que ainda somos Public Enemy, é 1, 2 pra explodir. Sou porta-voz de quem nunca foi ouvido. Os esquecido lembra de mim porque eu lembro dos esquecido. No meio dos bling, em vão eu tento mostrar pros caras, a única coisa que nóiz tem é o tempo. Minha vida, cada verso dos alegre ao mais triste. Grito como fuzis, uzis, por Brasis que vem de baixo igual Machado de Assis. Aí, ó como o tio compete: O céu é o limite? Isso serviu em 2007 É estranho 2009, o inverno é quente, no verão chove. A fumaça engole a luz do sol, enquanto a terra se move. Pra quem quer viver cem anos eu já tô bem triste com vinte. Minhas rima vai nascendo a**im quando se faz necessária, Fortificar a Desobediência com inteligência. De mente fértil, a mil, tipo um projétil. Pique malê me imbico, relax fico, longe dos giroflex dos bico. Sou Mandela, sou Fela, sou Marighella. As armas, companheiro, pela liberdade, só por ela. Eles não vão entender o que são riscos e nem que nossos livros de história foram discos Meus amigos, são antigos como meus ideais, como os vinil que guardei, crendo que eles vale mais. Dizem que quando seus amigos morrem, morre um pouco de você nasce um lugar a se preencher do tamanho do que o que você ficou de dizer e não pôde dizer. Eu só quero chorar por perder meu primo pro HIV... Vi flores que lembram a saudosa, cabulosa Dina Di. Sabota foi infelizmente, mas segue o compromisso. Enquanto o sol for de graça, dou minha vida por isso. Com 15 anos eu escrevia rap, hoje escrevo a história. No primeiro como recém-nascido, baguncei o tabuleiro todo. A meta: Construir outros quinhentos e tô disposto a morrer, igual cada um dos trezentos Cap. 3: Triunfo (2010-2012) Eu faço o meu próprio caminho. Tempo frio, asfalto quente, nóiz corre sempre. Hoje vejo os copo cheio e as pessoa vazia, rindo alto, forçando alegria. Não escolhi fazer Rap não, na moral, o rap me escolheu por que eu aguento ser real. Me livrei da depressão, tava fácil pro cês. Sou Pepeu, sou Mano Brown, Nelson Triunfo, A Fonte, King Nino Brown, sou os mulequinho que chegou ontem. Obrigado a fazer uns versos emba**ados pros cara nem se ligar que o sample tá todo chiado. Abrindo a mente, fazendo a favela ir além Fiz uma mixtape juntar pessoas e o resto juntou poeira. Mixtapes de mão em mão pelas esquina se alastra entre os irmão mais que a gripe suína. A sociedade vende Jesus, por que não ia vender rap? Agora nóiz tem carro, casa, comida e vai cantar que não dá pra vencer na vida?! Hoje compro em disco, o que já ganhei num mês. Minha missão aqui, é provar que é possível pro cês. Vou fazendo um som pra vencedor. Os derrotado pode escutar a mesma merda que sempre escutou. Minhas rima são, oração de coração, homenagem a quem volta cansado dentro dos busão. Parabéns mamãe, seu projeto de homem feliz deu certo. Se tô no jogo, o resto fica por prata, bronze. 2010 voltei, boa sorte 2011 Eles me oferecem contratos de milhão pra mim sozinho. O rapaz da gravadora ligou, só que eu fui idealista demais, aí ele desconversou. Só faltou dizer: "Foi engano!". Sei que se eu não for desconfiado em um ano eu viro rei, em dois anos lenda, em três pa**ado! Manda aquela vaca da primeira carteira rir agora. Obrigada ao abrir as pernas pra quem cês fecha o vidro. A confiança é uma mulher ingrata numa orgia, mas graças à Deus nunca fui de me perder com as vadia. Na real, já nem sei se eu virei o que abominava quando ninguém me escutava Incrível, como tudo muda num relance, há tempos não achava que o mundo merecia outra chance. Peguei tua mão, fia, pô, e eu nunca tinha chorado de alegria! Minha filha com 6 mês e eu não vi porra nenhuma. Corre as areias da ampulheta e nada além do amor maior. Sinceridade pra sentir a alma reluzir. Os inimigo não vai me alcançar, não vai me pegar, não vai me tocar nem me ofender, eles não podem me enxergar quem dirá me entender. Eu sei que cada Orixá vai me proteger Difícil ver meu nome, sem ter um zum zum natural. Repórteres me chamam de fenômeno, eu amo. Fui na Xuxa pra ver o que fazer, se alguém menor te escreve tanto. Mas a rua sabe que eu sou só mais um mano. Fui quem obedece, agora eu sou quem manda. Em poucos takes, pus mixtapes nos “Top 10 disco do ano” e eles odeiam rap lá, mano! Tem dois tipos de MC, dois, digo: Os que faliu e os que aprendeu algo comigo. Alguém avisa esses MC que esses diss ridículo não vai me tirar daqui. Mas a fome não me matou, não é a inveja que vai Cap. 4: Papel, Caneta e Coração (2013-2014) Confio no meu instinto, me movo pelo que sinto, resposta a quem pensou que o amor pela causa tava extinto. Eu tive inclusive pensando ao debruçar na janela que enquanto buscam sentido pra vida eu vivo ela. Pensando nas mulher, nos amigo, na vida, no universo. Mente no espaço igual NASA. Focado, porque isso tudo tem que caber num só verso, pois não é toda palavra que se encaixa num bom samba. O que resta? Lutar pra se sentir vivo. Hoje MC's querem festas, eu ainda quero motivos. Eu trouxe na alma a essência que eles busca no sample. Gravo na alma do povo: não desista Cada dia é uma chance pra ser melhor que ontem, o sol prova isso quando cruza o horizonte, vira fonte que aquece, ilumina. Faz igualzinho o olhar da minha menina. Eu vi que o mundo pode ser velho e novo ao mesmo tempo. Música e mágica, abracadabra e eu noto logo se alegrar os olhos da menina. Momento faz a vida, a vida faz meus rap. Meus bagulho é de coração, demora mais pra quando vagabundo ouvir essa porra cair pra trás. Presto atenção nas pessoas, já notou que tudo é mais bonito quando a música que toca é boa? Nem todo poema é tinta e papel, saiba ver de onde vem, onde tem Direto penso: dinheiro é a desgraça do povo, mas cê já viu o sorriso no rosto de quem ganhou um boot novo? Sou dos que trocaria 1 milhão por doses sinceras de alegria e dividiria com a quebrada. Sou tão dono de tudo, que acabam achando que eu não tenho nada. Não preciso de um boné de 500 conto, preciso de um boné que eu gosto e pronto. Não vou sorrir só pra fazer uma social, me tornar um verdadeiro falso, pros falso isso é real. Tô tipo Miles Mandela, o dos freestyle favela, tão Hip-Hop que os b-boy dança até se eu mando acapella Dá mó medo da distância matar tudo que eu tenho. Distância, amigo, não é vários quilômetro quadrado, quantas vezes cê tá distante mesmo tando do lado? Tantos lugar que fui, você tinha que ver quanta coisa bonita. Paris fui, vi cidade luz, guetos, becos e pretos, tristes como um blues. Os mano muçulmano, amor islã, salamaleikum, aleikum salam. Uma folha, uma caneta e mó saudade de Sampa Sem me entregar, sem estragar, vou devagar, pique Martinho, na ronda, sublime. Linda, sabe da sina, mina valentona. Sou tipo um eclipse, tá ligada? Cê sabe o que vai rolar, mas quando vê fica admirada. Quando os pagode mais meloso faz sentido, tá ligada? Apaixonou, tá perdido. Já tive quase todas que eu quis, agora é só você, chega. Melhor batida que já ouvi é do teu coração. Duvido que existia vida antes da tua presença. Gosto de cheirar teu cabelo enquanto minha mão pa**eia com zelo pelo corpo, um calor febril. Vontade de rasgar a roupa à mil, Temperatura Máxima no meio da Sessão da Tarde Nada mais que a razão do seu sorriso. Aí, que mais eu vou querer da vida além da paz de poder te olhar adormecida. É surreal, como machuca a mim quem te quer mal, sim, fere real. Vou só olhando e confirmando que eu te amo demais, demais mesmo. Então pra mim isso é verdadeiro, a prova é sensação com você, cada beijo é o primeiro. Minha cabeça ficou louca só com aquele beijinho no canto da boca. Deus fez as mulher tudo pro mundo, na moral, fez sim, mas quando fez você, olhou pro alto pensando em mim Amor cê vai ter um, eterno e verdadeiro. Eu deixo claro pro resto que a rima chegou primeiro. Garotas são todas iguais, fico só olhando no rolê, pra ver qual brilha mais. Complicado bagulho de mina, pus minha rima em segundo plano ela me boto lá junto com a minha rima. Sou um vadio, aí, mas fala que não sorri se eu ligar agora, fala que não chorou quando me viu ir embora. Tipo Efeito Borboleta, tento voltar pra consertar, mas sempre dá alguma treta. Sua boca me faz sorrir as outras só ter lembranças da tua. Penso na vida sem você, não compensa. Nosso amor perfeito amargou, tipo jiló. Ela meteu o pé, tio, agora chora Cap. 5: Boa Esperança (2015-...) Há 10 anos eu colei aqui e todo mundo riu. Hoje sou a piada mais sem graça que esses bicos já viu. E eu segui, tô aqui, bem maior, bem melhor, sem dever, sem pagar, sem cair, sem B.O, vim fazer valer a luta. Uns diz que sumi, outros que me encontrei, que me vendi, outros que acertei, uns fala que perdi, outros diz que ganhei. Eu? Não digo nada, pois só digo o que sei. Ser feliz é bem melhor que ser rei. Falo querendo entender, canto pra espalhar o saber e fazer você perceber que há sempre um mundo Mostrei o refrão pros irmão, logo geral concordou que é necessário voltar ao começo quando os caminhos se confundem. Atravessei vários horizontes, na cabeça uma velha canção, no coração um monte de elo com minha terra, minha Xangrilá. Eu quero criar outro ponto, onde o ciclo se encerra. Que fita, meus poema me trouxe onde eles não habita. Vim devolver o seu sorriso, favela, leve e solta pra cantar, nunca esquecer como sua paz é bela, dá força pra continuar Completo e divertida, meu som desafia a lógica, possuo letra no DNA na sequência biológica e uso o verso pra acabar com atitude sórdida. Levo o conto africano na mochila. Pretos foram escravos, serviçais, reis há um tempo atrás. Não preciso dizer com qual me identifico mais. A gente joga a dor no mar pra Iemanjá levar. Deixa eu devolver o orgulho do gueto e dar outro sentido pra frase: "Tinha que ser preto". Ma revolucion est black noir, check in my chair meilleur qu' hier. Orgulho negro, sorriso afronta, nóiz num é melhor nem pior e nem da sua conta Eu me refaço após cada pa**o, igual reflexo nas poças, mandinga, coisa nossa. Eu falo de suor e calos, traumas e abalos, almas e ralos, São Paulo. Nem em sonho eu ia saber que cada lugar que eu pisa**e daria um samba. Pros meus filhos acho que a única coisa que eu vou deixar é essa riqueza que o gerente não pode levar, documento suburbano registrado em minha voz. Simples tipo um traço de giz, escrever como quem vai morrer no dia seguinte - O mais foda de morrer, me juntar a Jesus, é que sábado não vai dá pra colar na Santa Cruz Mas sempre fui só o fi da Jacira que faz as rima na hora. Chego cedo, com a promessa de reviver a poesia de quando diariamente a gente se via. Esses dias achei na minha caligrafia a tua letra e as lágrima molha a caneta. Desafia, vai dar mó treta, quando disser que vi Deus, Ele era uma mulher preta. Pobre menina, sofre de verdade por toda cidade ainda mais porque a palavra “liberdade” é feminina Hoje eu ligo mais quebradas do que o Google Maps. Eu tenho muito a perder, pra quem nunca teve nada. É, há trinta ano todo ano é ano da serpente. Quanto tempo a gente tem não é importante, um dia tudo vai ter o destino do Império Ashanti. Sobre chances é bom vê-las, às vez se perde o telhado pra ganhar as estrelas. Eu vim pra ser o amor inteligente. O mundo tá doente, eu mando a rima que sara. Vou tocando minha vida e pã, monstro! Pique Fernando Alonso, eu ainda tô na corrida. Trazendo mais fãs pro lado negro da força do que Darth Vader. Aguarde cenas no próximo episódio...