Tinha algum vinho ainda o copo que atirei Por cima do meu ombro e foi cair ao Tejo De madrugada, amor, e havia esse lampejo Do fogo em teu olhar a impor-se a sua lei Da minha sombra à tua, em sombras pelo cais Tinha um som inda rouco o fado que eu cantava Tão perto já de ti, não sei se respirava Nem sei se era para sempre ou para nunca mais Meu amor, meu amor, por quanto me dizias Estranho murmurar levado pelo vento Por quanto era a paixão e agora é desalento O meu rosto estremece em águas tão sombrias Por quanta embriaguez então nos consumiu Fiquei como o cristal, mas creio que esqueceste, Do copo em que bebi e tu também bebeste Que foi cair ao rio e nele se partiu