Não vejo a primavera Já era A triste margarida A desaparecida O pobre beija-flor Que não vejo voar sobre o meu jardim Não tem a quem beijar Que tristeza sem fim, lá lá iá Não ouço mais o canto da cigarra ao anoitecer Que saudade que eu tenho Já nem sinto prazer Quem fala é um poeta esquecido Que constrangido Vive a chorar Desejo vitalidade às flores Diminuir minhas dores Me alegrar Eu quero retomar minha alegria Quando raiar o dia Os pássaros cantando O outono que seja benvindo Quero viver sorrindo E não chorando