Flocos talvez de neve ou só de lava Brilham à superfície do piano Flutuando sem fim num oceano Cuja maré renasce em cada oitava Compa**os com que Mozart nos seduz E nos leva de súbito à procura De um resto de razão na mais escura Noite de inverno transformada em luz Até que pouco a pouco nessa onda Talvez a voz da água nos responda Confessando um segredo ao nosso ouvido E todas as prisões, todos os medos Se dissolvem na polpa desses dedos Ao sabermos que nada está perdido Nada está perdido