[Verso 1] Lago negro, cisne cinza Refletindo minha face Horizonte me responde Onde tudo morre e nasce Lago negro, cisne cinza Cortesia dessa arte Pratos sujos e quebrados Em cardápios ala carte Bêbado de dor confundo Tom de cor e sua intenção Boiando em águas cegas Bebo-as sem atenção Quero que o tempo Pare, todos esqueçam de mim Pois não sei pra onde vou E nem sei de onde vim Se eu me afundar aqui Ninguém vai sentir minha falta Como se acaba**e tudo Do mundo eu tivesse alta Cada dia estou mais só Sem pretensão de agrupamento Com poucos equipamentos Vigiando acampamentos Lobos me esperam na areia Sentados no ritual do luau Observo a lua triste e longe Sussurrando seu manual Entre meus lapsos de paz E desejos de ser rico Noto que quanto mais perto Chego, mais distante fico Lago negro, cisne cinza Em um quadro na Pinacoteca Tratado e conservado por Estagiários de biblioteca Lago negro, cisne cinza Morre a vida, nasce a morte Um copo dessa água cinza Só me basta o último corte