Antiéticos - 112/111 (Gueto Clama) lyrics

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Antiéticos - 112/111 (Gueto Clama) lyrics

[Intro: Will Barros] Pai Nosso, que estais no Céu... Santificado seja o Teu nome... Livrai-nos de todo o mal, Amém! [Refrão: Marcão Baixada] A lua cheia e a rua chama (chama) A ronda pa**a, sente o drama (drama) Sonhos morrendo e gueto clama (clama) E eu tô vendo tudo em chamas (chamas) [2x] [Verso 1: Flávio "Santo Rua"] Na luta, o opositor e o caçador vai virar presa Não queira bons empregos, seja o dono da empresa Antes que projéteis atravessem meus pares; Outro Palio fuzilado e tudo mais vá pelos ares Fui, sem pai, cresci e vi que a morte ainda é fruto Nas letras que eu escrevo, escravo do próprio luto Herdamos humilhação, nossa imagem, tão pesada Quem tem cara de bandido, se o diabo veste farda? É parda a pele, o alvo visto é homem preto Por séculos na cena e morrendo no mesmo gueto O aplauso e hipocrisia, a sinfonia das panelas Da sacada dos seus prédios, vendo sangrar a favela Muda foto no Face, com terrorismo na França Não ligam se no Brasil polícia mata criança preta Sem noticiário e nem dinheiro Tâmo descendo os morros, avisem seus porteiros [Refrão: Marcão Baixada] [Verso 2: Jota Jr] Macaco hidráulico, mais 2 no asfalto, tá tudo errado! Não era pistol Uzi, era uma furadeira Sentenciado, mas não julgado, despreparado Confunde arma com skate. Tá de brincadeira? Fazendo jus ao que são comparados, cegos fardados Fica difícil confiar Impossível de pedir respeito aos menor de preto Que sai pra rua pra quebrar Se vocês quebram, vocês apelam burlando regras Usando formas ilegais Vocês ramelam, se é de favela, já sabe a meta: Foda-se o choro de quem é o pai! O curso que não acabou E o celular que o moleque nem mesmo desfrutou É tipo um filme de terror... E o despreparo de quem diz que nos protege é a**ustador [Refrão: Marcão Baixada] [Verso 3: Marcão Baixada] E a gente ainda se mata; Rio é cruel igual aos 300 de Esparta Pouco mudou, a carne ainda é barata Se eu questionar, posso tomar uma gravata Acham nossa gente ingrata. Dizem que a conversa tá chata Mas a rotina não pára; vários menor levando tapa na cara; Seguem rezando pra ter a pele mais clara Tô vendo sangue, mas o jornal mascara E a conta tá mais cara.... Tanto perrengue que eu fico de cara Já escolhi o meu lado: Em prol da vida eu não fico calado Favela chora, com um berro entalado 5 mano num carro fuzilado Mas sem ter vacilado; O seu crime era ser favelado Eu vi as marca no Palio... Me perguntei: Senhor, o quanto que eu valho? Na correria, olha o quanto eu batalho! Pra alguém vir me matar à trabalho? O sistema é falho Mais uma ferida com retalho [Refrão: Marcão Baixada] [Verso 4: Sahell] Holiday, só os preto que segue a lei Na Freeway, os neonazistas dão o play Sei bem mais, que os capuz da Ku Klux Klan Aliás, para os policiais, nossa cor, nossa história Tanto fez, tanto faz... É bom correr atrás, usar o raciocínio Dos manos do alumínio aos manos do condomínio 5 foram executados em Costa Barros, na estrada João Paulo... [Intervenção: DJ Will-Ow] [Ponte: Shahell] Roberto, Cleiton, Junior, Wesley e Carlos Se eu pegar embalo nessa lista, eu não paro Genocídio mundial, mais de 50 furos Dois só tinham 16, quem é a bola da vez? Do sistema burguês, de forja declarada Cápsula deflagrada, homicídio indefensável Crime inafiançável, justiça pro meu povo... Pro meu povo... Desejo imensurável [Refrão: Marcão Baixada] [Verso 5: Mancine] Fuzilamento inesperado, eram 5 no carro Execução à luz da lua, chacina no bairro Sempre a mesma história e ninguém leva a culpa E o carrasco de fuzil tava de viatura Fatos como esse, deixam qualquer um bolado E deixa o povo com motivos, completamente revoltados Que se rebelam em manifestações e bloqueiam tudo Buscando um meio de ser ouvido pelo resto do mundo No rosto da mãe, uma lágrima corre Dentro do carro furado, muita sangue se escorre No tumulto muito choro e várias vozes Jovens negros atacados pelo fato de ser nobre Mais 5 vítimas e menos 5 meninos Que entram pra estatísticas e ficarão esquecidos Somos todos Maju, macacos, ok? Eu também acho correto Mas somos todos Wilton, Wesley, Cleiton, Carlos e Roberto [Verso 6: Thiago Ultra] Chacina dos menor na Candelária, é quase cultural no Rio Ver os pretos falecendo pela ordem de um capitão do mato Jogo de gato e rato Onde quem dita a regra pa**a a vida enriquecendo Vejo dor em nossas lamentações Enquanto o demônio de olho azul viaja contando seus milhões Tática de extermínio pra manter a hegemonia Vi na tela mãe chorando e a Zona Sul aplaudia 5 manos sorridentes, imprudência pra PM Pega arma com numeração raspada e cria cena A perna treme só de lembrar que são a tal da proteção Fuzil apontado pra tia da feira És notório a falta de preparação Sois retrato, opressão, soldado caveira 10... Bem mais do que isso morrem por dia Foi jogado na guerra da qual não queria... Zés [Refrão: Marcão Baixada] [Verso 7: DUGHETTU] Eu, Tu, Ele... Quem tem a culpa no game? Recorta a imagem, neguinho, vem! Para no frame Tenta entender o momento, além do olho no lance Se de um lado lágrimas caem, de outro, revanche Iguais entre si matam-se todos os dias Sensacionalismo barato, pura hipocrisia Que guerra que tu tá? Que luta tu entrou? Nessa armadilha, tu sabe, tu já caiu, morou? Porque tu grita se tu não sentiu, não viu? Tira a porra do áudio! Não aumenta, não finge Seja real no bagulho, confessa que pra você Os moleque de cor são igual entulho É ilusão achar que os iguais vão chorar por tu Ingenuidade 'cê pensar que sentem igual a tu Jornal amarelou, baile recomeçou... Galo cantou...