[Intro]
[Verso 1:X-Tense]
Filho duma mãe Cristã e de um Pai ateu
Padre ouve mas diz “Não , o teu Pai é Deus
E só má gente é que o renega, és da laia deles ?”
Pai não espanca o Padre só porque a Mãe não lhe sai da frente
Filho tem anjos e demónios seus
Quando fecha os olhos ve-os, queixa-se que não dorme à uns tempos
Tão o Pai ou o Padre, um que lhe corte os dedos
Que ele diz que ouve a voz do Demo, erra e ganha ódio dele
Mesmo...
Pobre ignorante pensa que escolhe o que sente...
Castiga-se sozinho dos próprios erros...
Escravo da culpa que o corrói por dentro
Criança cresce e esse homem sou eu
Mesmo...
Eu tenho anjos e demónios
Às vezes estranho-me de fora e penso..
Este universo não é branco e preto
Merda é que eu odeio cinzento e acho que não sei viver
Tão diz-me , será que o Homem pensa mesmo ?
Ou é o expectador atento do que pensa a mente ?
Será que o que sente é que é saber e quando ele pensa mente-se ?
Louco é quem pensa ser apenas os seus pensamentos
Vá Nuno pensa menos
Tou a ver se convenço a mente a ver se me entendo
Ou a dar enredo a um agrupamento de tronco cabeça e membros
Porque estas vozes que ele escuta e não somem nunca
Colam-me phones à nuca com uma só música que toca em loop mas
Eu não quero ouvir
Até que esta voz comece aos gritos
E é tentar conter Xernobyl com umas placas de esferovite
Tão se eu olhar uma planta a invejar-lhe a paz
Com um papel de enrolar eu acho que ela vai-me emprestar uma parte
E de manhã é tudo cinzas
Mas foda-se hoje eu não oiço o que dizem, eu inalo e rezo pra que fure os timpanos
E ainda que o faça por rotina, me anestesie com um pecado comodista
É dificil não amar uma utopia, é tão fácil ser cobarde por um dia. Todos os dias
Vou pra onde eu não for eu vou tar bem onde eu não tou. *Tou*
António Variações. Antónimo, não varia o som. *som* *eu*
Sou um bom homem. Sou um mau homem
Sou um poço de ódio. Sou um mar de rosas
No pescoço óbvio, que dou abraços óptimos
Sou os tais demónios e os anjos ?
Ou sou o Nuno ?
Juro que por mais que me olhe no espelho...
Não sou Um
Porque o meu maior amigo e inimigo são rivais
E eu nunca sei quem ganha que eles de cara são iguais
Eu digo “Nuno caga, secalhar nem são reais”
E é quando eu os sinto mais, não sei se é pedir demais mas
[Outro]
E se eu quiser bazar por um dia
Não pensar por um dia
Só estar por um dia
E se eu tiver azar porque um dia
Já é tarde por um dia
Tornar-se muitos dias...
Eu quero que se fodam estes demónios meus
Se fodam os anjos que não correm com eles
Eu tento amar estes demónios meus...
Anjos e Demónios