Navios negreiros mais cedo ou mais tarde poderão chegar
Guardei minha vaga (de escravo eu entendo)
Pra ninguém vir me ensinar
A sofrer de outras formas
Por causas não minhas e que não me convêm
Pois tenho os olhos fundos
De tanto enxergar um mundo que eu não quero mais
Tirem meu sangue, tirem tudo de mim
Mas não vou me entregar
Me mostrem a verdade, tirem tudo de mim
Mas não vou me entregar
Se me arrancarem as pernas e me privarem de mim
Não vão tirar minha verdade
Não será esse o meu fim
Podem levar minha vida
Arrancar meu disfarce
A minha carne é fraca
Tirem meu sangue, tirem tudo de mim
Mas não vou me entregar
Me levem a verdade, tirem tudo de mim
Mas não vou me entregar
Não vou me entregar