[Verso 1]
Favela sinistra, na madrugada, filha da puta, a**a**ino de farda
Se eles te ver, tenta correr, de qualquer forma se proteger
Seja firmeza, mantenha atitude, chega na área, mas nunca se ilude
Rato na toca tem língua solta, o cagüeta morre pela sua boca
E foi nessa noite o mano de touca foi encontrado com tiro na boca
Eu tento zarpar, desbaratinar, mas tem polícia por todo lugar
Agora não dá, vou esperar, a cara é ficar, se não vai sujar
O desespero daquela mulher, que bebe veneno para se matar
Tinha um filho, tinha um lar, e agora deixou o mundo criar
E é lamentável aqui na vila, gente que morre porque vacila
E pros que vacila tem os cuzão, de ranger nova cheia de prestação
Paga de gatão, mas é vacilão, na banca não fica porque senão
Vai ser diferente, mas eu vou falar, na minha não cola, porque se pá
Não tem carro louco, não tem prestação, mané é mané, e ladrão é ladrão
A fita é essa, certo, Jão? Pra sobreviver aqui no Capão
Infelizmente, quem sofre é a gente, nunca se sabe o que vem pela frente
Um esqueleto na escuridão, coisa do tempo, decomposição
Miséria em ação, mais um ser, então, que a violência derrubou no chão
O pai desse cara não tem nada a ver, mas sofre ao vivo, depois na tv
Os ossos do filho que a mídia filmou, depois mais tarde na tela pa**ou
Montou logo texto para acabar, com aquela família que estava a penar
Monstro da alma, inimigo da mente, é o sistema com o seu descendente
Filho da puta, bando do mau, esquece que também é mortal
Pratica o mal bem na moral, pra se foder no juízo final
E a família, o que tem a dizer? Que o seu filho ninguém vai trazer
Na mão de Deus entreguei você, na lei da terra vocês vão se foder
Quem é você pra me dizer tudo o que devo e não devo fazer?
Quem é você pra me dizer tudo o que devo e não devo fazer?
[Refrão x2]
Favela sinistra, na madrugada, filha da puta, a**a**ino de farda
Se eles te ver, tenta correr, se eles sacar, finado é você
[Verso 2]
A dona morte surge do nada, Dilata cinza na madrugada
Encontro com ela na escuridão, com o tenente, o capitão
Já penso na vela, já vejo o caixão, começo a rezar, faço uma oração
E de repente surge na mente, uma idéia de um delinqüente
Se eu fosse doente, com tudo no pente, toma**e atitude de um demente
Matar ou morrer, veja você, de qualquer forma vou me proteger
Eu quero viver, não quero morrer, não ser uma alma que vai padecer
Não quero estar realmente de novo, na mão desses caras que fedem a porco
Se eles me pegam, me enchem de soco, não vou relatar esse fato de novo
Meu Deus tá no céu, não tem pra ninguém, eu acredito na Jerusalém
Que foi prometida pra quem confiar, e para o mal não se entregar
Monstro da alma, inimigo da mente, nunca se sabe o que vem pela frente
Mas se você anda na fé, não leva uma de Zé Mané
Sabe qual é, não mete o migué, não vai falhar, tropeçar no seu pé
Mas se cair, veja você, que Jesus Cristo vai te proteger
Ele já sabe a sua sina, nunca dorme, não fica na fila
É mano de fé, é do coração, não usa farda, não tem um oitão
Não é presidente, não tem eleição, ele é o cara, morô, sangue bom?
[Refrão x2]