[Verso 1: Santzu & Menestrel]
De letra em letra vou descrevendo umas tretas
Descobri palavras quebradas que eu guardava na minha gaveta
Vício, ópio, ando sóbrio, cada dia é uma cena
Cercado de incompetentes, e não preciso de próximos
Atores são egos, eu ando com cegos
Enquanto os leigos se matam por tênis e peças de lego
E martelo os pregos se o caixão for de madeira
Eu queimo a Amazônia com a raiva que eu carrego
Ainda prego, mas, orando peco
Enquanto uns morrem de amor nas nega
Eu só me desapego das ovelhas negras
Pique lavrador, meu senhor, peça a benção pro seu pai, que daqui só me cai rancor
Muita flor pisada não vira um gira**ol
A noite quase delira, se tiver bala no tambor, atira
Que eu já to vendo na minha reta as valquírias
Amores são metáforas, e eu também odeio explicar gíria!
[Verso 2: Menestrel]
Eu to de boa de tentar me encontrar
A vida pa**ou, e agora eu sei
Que minhas algemas não vão me libertar
Porque em sua companhia até aqui eu já andei
Tá consumindo, tá. E tá doendo, tá
Na margem do erro reflito e custo a me crucificar
É de cara lavada, de cara com o mundo
Eu não fico de cara, mas a vida cara que cativa vagabundo
E vagabundo chama vagabunda
E vagabunda me chama problema
Problema pede ouro, usa saia curta
E do lado da minha mina quer vir me chamar pra cena
Andam falando que eu to vendido, valores perdidos
São moscas no ouvido sem algo pra me acrescentar
Ego descabido afrontando o alívio
Me afundando em vícios que ninguém quer aguentar
E, eu to viciado, se pá, chato pra caralho
Posso estar jogando e queimo cartas do baralho
Sentado na mesa, movido a destreza
A carta é você e a chama do isqueiro se mantém acesa
Eu perdi o pudor, perdi meus amigos
Perdi mas ganhei outros, não faço questão e ta tudo resolvido
E se quer reclamar, liga lá no Vini
Produtor, meu empresário, sócio, crime de la crime
Mas não pensa que é creme, to pique Mister M
Quero mais que cachê alto, joia cara mil tara e buceta quente
Diz que é do Rap, eu sei que pra mim tu não mente
O espelho personifica o espelho da gente!