Uma tigela de saudade, em cada café da manhã
Tomo banho, troco roupa, vou no museu Rodin
Sento bem naquele banco onde não bate sol
Rabiscando monoblocos, ouvindo Snow Patrol
Machuca não ouvir teu sotaque centro-sul
Mas não posso ligar, nem buscá-la na facul
É o preço que eu pago pela minha babaquice
É o preço que eu pago pelas coisas que te disse
Ponteiros voam feito jatos, não amansa
Eu peso minha culpa e quase quebro uma balança
E meço minha vontade de mudar
Os aviões na rota dela tem que desviar (mas...)
Eu peso tua vontade de me dar perdão
São migalhas de uma sobremesa de limão
Daria tudo pra não ter que dar nada
Pra não sentir saudade com as luzes apagadas, sabe?
Refrão:
Mas ela não vai voltar, não vai voltar
Não vai voltar mais...
Aprendi o quanto pode ser nociva uma palavra
Não vou mais em Saturno, e olha que eu frequentava
Em cada abraço que me dava, mas fim do ciclo
E a gravidade pra mim, agora vale o triplo
Eu sei que fico bem, o tempo sempre vence
Mas não existe sequer, um dia que não pense
Nas espreguiçadas fartas, bocejos oito e trinta
Rascunhos de cartas, almoços toda quinta
Pra sempre sempre acaba, mas bem na nossa vez?
Meu erro pesa mais do que o bem que a gente se fez?
Mas eu sei o que fiz, o que eu menos queria
Quebrei a sintonia do único can*l que eu via
Eu decolei meu ego e achei que não era ilícito
Mas junto com teu coração, fatiei meu espírito
Foda que eu nem tive intuito...
Seja feliz, mas não esquece que esse vacilão aqui te ama muito
Refrão:
Mas ela não vai voltar, não vai voltar
Não vai voltar mais...