[PARTE I] Luzes de giroflex e refletores, prefiro a da Lua Que ilumina e sussurra “vai, a noite é sua” Sigo o conselho, rumo ao caos fascínio e delírio Olho no espelho o olho vermelho, a rua é sem colírio A escuridão recruta, não retruca o convite Sem atrito no trote, sem treta, no apetite Ela Afro, dite, fala baixo Me perco no olhar, me enrolo nos cachos O insano e profano pelas avenidas Marcham em silêncio, bocas famintas Cura ressaca com bebida, uns com veias entupidas Me entorpeço enquanto guio a 130 [REFRÃO] Eu só, sigo vagando pela cidade Luzes de faróis, convite pra liberdade Eu só, quanto mais longe, mais perto
Traiçoeira, armadilha, prepara o bote certo [PARTE II] Assalto e latrocínio no asfalto, patrocínio Propina brilha retina, conta corrente é sanguínea Caminho não é retilíneo pra quem desvia ao períneo A terapia é quimio, quem ouve entra em declínio Viagem em cores, gosto doce desfaz na boca Lisérgico ou liturgico, qual te traz paz? Assim como amores, delação suplica louca Sem dores, cem dores, relação pública faz Oportunidade é única, um em cada cem consegue No teste veste a túnica e percebe quem te segue Quem recebe, se ergue escalando no servo Podia ser um de nós, mas de longe só observo