[Nego E]
Estranho no ninho, contra o rebanho, sozinho
Meu corpo definha e as paredes arranho, sozinho
Acordo do sonho onde eu nunca apanho, sozinho
Um gole no vinho, na conta mais ganho, sozinho
Pega o pacote na mala do Porsche, pensa na morte enquanto arranca
Pede suporte, na vala, um Corote, puxa mais um trago, segura alavanca
Cabeça a prêmio, sem retranca, ferida aberta e o sangue não estanca
Minha banca, faz o seu tranca a anca, nessa pele branca
Me chamou pra dança, aceitei o convite
Gole de esperança, quis viver sem limite
Calça cargo, tinto, polo e um amor sintético
Na alça, amargo, sinta o solo, poder magnético
Fala muito, faz pouco, eu fico quieto e trampo
Pros rivais um rivotril, tão louco pra entrar em campo
Mata cinco, nasce trinta e seu fuzil entope o cano
Ocupo pique secundarista, quero extinção dos tucano