[Verso 1: Ramonzin]
Raiz, matriz da inspiração
Fonte da força que move a nossa paixão
Vem meu bom, os poemas tão vivos
A raiz é forte, o fruto é mais nocivo
Vem pro sereno sentir o veneno
Madruga pra compor essa porra memo
Somos nós que fazemos, nós que movemos
Sentidos a sentir o dom que nós temos
Quer ser independente, mas tem que saber primeiro
Que fazer um som em casa não é fazer um som caseiro
Tenho tudo que eu preciso, to na fome, sai da frente
Aprendi que o independente depende de muita gente
É raiz, é povão, é a febre, é o som
Manifestação e cultura marginal
Vou sentar a mão firme na jogada
Cês vão entender que o segredo é pegada
Né à toa que to na ascensão, pede a bença
Quero ver quem vai me regular, quem cês são?
Confio no justo e boto fé no que eu crio
E não dou trela pros pela, porque o neurônio tá sativo
[Refrão: Nina Black]
Fui buscar na raiz
E vi tanta coisa pra te mostrar
Se você também beber da fonte sei que vai ver na raiz
Achei o meu lugar
Laiá-laiá
(2X)
[Verso 2: MV Bill]
Raiz fortalecida
Se cair levanto, o importante é a cabeça tá erguida
Preto com pegada, enraizado
Aglomerado, preparado pra virada
De favela eu sou cria e tô ligado
Que misturado não é sinônimo de mesmo lado
Tomo cuidado e tô sempre ligeiro
Pra não sumir que nem o Amarildo, pedreiro
Do pelotão que vai sou o soldado que fica
A voz se multiplica ao som da cuíca
É bom ter o pé no chão, cara de vilão
Ser chamado de monstrão e ser considerado pica
Só com muita raiz
Saravá pra conectar a ancestralidade de matriz africana
Que se manisfesta quando toca
Música africana com sotaque carioca
M-V B-I-L-L
Preto na mente, na roupa e na pele
Com tatuagem, carne e osso
Patente alta, vida longa, bigode grosso
[Refrão: Nina Black]
Fui buscar na raiz
E vi tanta coisa pra te mostrar
Se você também beber da fonte sei que vai ver na raiz
Achei o meu lugar
Laiá-laiá
(2X)