19,78,Dezembro 3º, E o mundo segundo, meu padrinho primeiro Pai electricista, mãe empregada de limpeza O amor não me faltava, comida abundava na mesa Mas nunca tive consolas, telemóveis, computadores, E só quando me tornei maior de idade uma televisão a cores Mas quando entrei na escola, já lia e escrevia Já tinha a perfeita noção do quanto a mais o pai bebia Seria a doença da mãe que interiormente o afectava Ou da sua dura infância que vezes sem conta retratava Fui educado a respeitar as pessoas muito para alem dos seus bens Na vida o que é que importa é o tu que és, e não aquilo que tu tens Já fui refém de relações mas isso para mim acabou Pois sinto me bem com quem estou, e com a pessoa que eu sou A cima de tudo a palavra foi ela que me trouxe ate aqui Foca te naquilo que tu vês e não aquilo que dizem por ai Corrida contra o tempo, não há tempo a perder Nos temos de crescer, fazer acontecer Fazer acontecer, temos de crescer Não há tempo a perder na corrida contra o tempo Por mais amigos que tenha, sinto me sempre sozinho
O pai partiu e a mãe também algures a meio do caminho Mudei quatro vezes de ninho, com a mobília as costas Na montanha russa da vida, desci múltiplas encostas Perdi varias apostas, ganhei mais experiência E recebi o dobro do que ofereci através desta ciência Muitos manos fodem a musica, não têm respeito por ela Bela e inocente, nas vossas mãos virou cadela Reles, desumana como um casaco de peles, Que te aquece por fora mas por dentro faz com que congeles Reveles, o pior de ti, querias esmola e extravagancia Mas eu era um homem simples apenas rico em substancia Não tem importância, sigo em frente, a vida continua E por muitas voltas que dê, volto sempre a mesma rua Para mim sonhar alto é estar a altura do nível do palco E caminha para alem dos 100 nesta velha estrada de asfalto Corrida contra o tempo, não há tempo a perder Nos temos de crescer, fazer acontecer Fazer acontecer, temos de crescer Não há tempo a perder na corrida contra o tempo