Não tentes ser aquilo que tu não és, sê tu próprio da cabeça ate aos pés, mostra o que vales e o que trazes ai dentro, veste a tua pele e larga esse tormento Não tentes ser aquilo que tu não és Zeca afonso, madredeus, xutos e pontapés Vazas como marés e foges a sete pés Sou velha escola como putos a roubar bonés Viciado em improviso sempre rimei por desporto Exorcizo demónios que tenho dentro do meu corpo Grande porto a**umo posto, terra de bom vinho Corto mc's aos três como partes do padrinho Outro mundo? só se for o meu sobrinho Eu não rimo com clones prefiro faze-lo sozinho Arranja um estilo próprio e devolve esse emprestado Não voltes a pegar em nada sem antes ter perguntado És carente de ideias e conceitos originais Um choque em cadeia com várias vítimas mortais, tu vais Atrás dos pais numa bicla sem pedais Essa merda cansa à brava como filas de hospitais Não tentes ser aquilo que tu não és, sê tu próprio da cabeça ate aos pés, mostra o que vales e o que trazes ai dentro veste a tua pele e larga esse tormento Os mais reais decifram entre linhas Quem não sabe e' como quem não vê cuscos e vizinhas Trago adivinhas para os mais perspicazes Batidas e rimas divinas mais eficazes O meu estilo é livre só depende de si próprio Chama-me gepeto se tu fores pinóquio O que escrevo é puro ópio de povo gratuito
Com uma das maiores plantações do circuito Isto sim e bonito na paz sem conflito Sempre fora de moda mas a**umindo o risco É mais um disco para celebrar a arte Leva o dinheiro e as medalhas mantêm-te à parte Eu venho na descontra trago versos sem conta Mantenho neurónios numa constante hora de ponta À tua afronta e eu faço de conta Que provavelmente és só um jovem que ainda nem desconta Não tentes ser aquilo que tu não és, sê tu próprio da cabeça ate aos pés, mostra o que vales e o que trazes ai dentro veste a tua pele e larga esse tormento É preciso trabalhar e dar-lhe mais forte Mais vezes no estúdio e menos no serrote Esquece o holofote quem te segue não ofola o spot Mas sim o amante incondicional do verdadeiro hip-hop Mc produtor mas acima de tudo ouvinte Quem me dera desfrutar já do disco seguinte A cidade está cinzenta a precisar de quem a pinte Esta história já vai lenta reproduza vezes vinte Dou-lhe com requinte e divirto-me a faze-lo O sucesso dos outros não me causa dor de cotovelo Cai-me o cabelo e vão pa**ando os anos Mas seremos felizes manos enquanto rimamos Perpetuamos a glória de todos nossos versos Há quem diga que temos concertos bem maiores que congressos Sem fins partidários apelamos ao livre arbítrio Para que cada mano se sinta confortável no seu próprio sítio