Nunca haverá uma guerreira tão doce Como não amar uma deusa mexicana Eu não capaz de prever que o seu amor pela terra Iria despertar a ganância desses desalmados Mas eles hão de pagar Cedo ou tarde, por bem ou por mal A justiça não há de ser negada a manuelita Isso eu juro! “era janeiro de 97 em guadalajara Lá estava eu numa manhã de domingo Circulando por uma praça central Haviam me dito que ali era o melhor lugar Para fazer contato com simpatizantes dos índios Zapatistas de chiapas O exercito mascava ao longe Nunca esquecerei o momento em que ela se aproximou nervosa E tentou me vender um livro de entrevistas com marcos el sup Eu vestia uma camiseta da seleção brasileira e um boné do mst Perguntei o seu nome ‘manuela clemente de rosário’ respondeu sorrindo” ‘mi padre era brasileño, jugador del flamengo Que fue contratado por un equipe del méxico em 71 Y aquí estoy’
“na flor dos 18 anos manuelita quase não acreditou Quando eu expliquei que era um músico brasileiro E estava lá gravando clipe de uma faixa Em homenagem ao subcomandante” Nunca haverá uma guerreira tão doce Como não amar uma deusa mexicana “rosário estudava cinema na grandiosa e tradicional Universidade de guadalajara Ao final do clipe estávamos perdidamente apaixonados Ela vendeu tudo que tinha e comprou uma moto de 500 cilindradas Montei na sua garupa e viemos juntos para o brasil Ao chegarmos em pernambuco, manuelita leu nos jornais A respeito da luta dos índios xucurus de pesqueira Vendeu a moto, comprou uma câmera e pa**ou a dedicar sua vida A registrar em vídeo os rituais de resistência e a nova postura de mobilização Das aldeias nativas da região Rosário desapareceu no dia 20 de maio de 98 Poucas horas depois da execução de francisco araújo, cacique dos xucurus