Quem dorme à noite comigo É meu segredo, Mas se insistirem, lhes digo, O medo mora comigo, Mas só o medo, mas só o medo. E cedo porque me embala Num vai-vem de solidão, É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala E nos perturba a razão. Gritar: quem pode salvar-me Do que está dentro de mim Gostava até de matar-me, Mas eu sei que ele há-de esperar-me Ao pé da ponte do fim.