Marginália II
Maria Bethânia
Composição: Torquato Neto - Gilberto Gil
Eu brasileiro confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição
Eu brasileiro confesso
Minha culpa, meu degredo
Pão seco de cada dia
Tropical melancolia
Negra solidão
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui o terceiro mundo
Pede a benção e vai dormir
Entre cascas das palmeiras,
Araçás e bananeiras
Ao canto da juriti
Aqui meu pânico e glória
Aqui meu laço e cadeia
Conheço bem minha história
Começa na lua cheia
E termina antes do fim
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Minha terra tem palmeiras onde
Canta o vento forte
Da fome, do medo e muito
Principalmente da morte
Oiê, lê
Lá, lá
A bomba explode lá fora
Agora o que vou temer
Oh,sim, nós temos banana
Até pra dar e vender
Oiê, lê
Lá, lá
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
A Força que Nunca Seca
Maria Bethânia
Composição: Chico Cesár e Vanessa da Mata
Já se pode ver ao longe
A senhora com a lata na cabeça
Equilibrando a lata vesga
Mais do que o corpo dita
Que faz o equilíbrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Pra cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca, não leva
A água na estrada morta
E a força que nunca seca
Pra água que é tão pouca
Mmr