Tenho sempre uma garrafa para beber E uma mulher para amar Porque nada tenho a perder Há uma enorme festa nas ruas De vez em quando aparece a polícia e tenta prender Matar toda a gente> Sobretudo quando nos aventuramos pelos bairros residenciais Onde pessoas aterrorizadas fingem que tudo vai bem Encarceradas frente à televisão Quando partimos uma montra ou saqueamos uma loja Quando atacamos colunas de a**alariados O truque é ter um bom veículo para a fuga Recolher rapidamente ao nosso território Às ruínas
E partilhar os despojos Há sempre uma garrafa para beber E uma mulher para amar Quando nada se tem a perder Sei que um dia, mais cedo ou mais tarde Também eu acabarei por morrer Mas se hei-de esperar a morte na solidão do quarto No conforto a**éptico do isolamento Antes então o gume da liberdade Entregar-me à vida perdidamente Há sempre uma garrafa para beber E uma mulher para amar Quando nada se tem a perder