[Produzido por KL Jay & Mano Brown] [Intro: Mano Brown] O que é, o que é? Clara e salgada Cabe em um olho e pesa uma tonelada Tem sabor de mar, pode ser discreta Inquilina da dor, morada predileta Na calada ela vem, refém da vingança Irmã do desespero, rival da esperança Pode ser causada por vermes e mundanas Ou pelo espinho da flor cruel que você ama Amante do drama, vem pra minha cama por querer Sem me perguntar me fez sofrer E eu que me julguei forte, e eu que me senti Serei um fraco quando outras delas vir Se o barato é louco e o processo é lento No momento, deixa eu caminhar contra o vento Do que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável? O vento, não, ele é suave, mas é frio e implacável (é quente) Borrou a letra triste do poeta (só) Correu no rosto pardo do profeta Verme, sai da reta, a lágrima de um homem vai cair Esse é o seu B.O. pra eternidade Diz que homem não chora, tá bom, falou Não vai pra grupo, irmão, aí, Jesus chorou [Verso 1: Mano Brown (Consciência do Brown)] Porra, vagabundo, ó, vou te falar Tô chapando, eita mundo bom de acabar O que fazer quando a fortaleza tremeu E quase tudo ao seu redor, melhor, se corrompeu? (Êpa, 'pera lá, muita calma, ladrão Cadê o espírito imortal do Capão? Lave o rosto nas águas sagradas da pia Nada como um dia após o outro dia Quê? Quem...? (Sou eu, seu lado direito) Tá abalado, por quê veio? Nego, é desse jeito Durmo mal, sonho, quase a noite inteira Acordo tenso, tonto e com olheira Na mente: sensação de mágoa e rancor Uma fita me abalou na noite anterior Alô (Alô, aí, dorme hein, doidão) Mil fita acontecendo e cê aí (Que horas são?) (Meio-dia e vinte, ó, a fita é o seguinte, ó Né isqueirando, não, ó Fita de um mil grau, ontem eu tava ali de CB, no pião Com um truta firmezão, cê tem que conhecer Se pá se liga ele, vai saber, de repente Ele fazia até um rap num pa**ado recente) Aham (Vai vendo a fita, cê não acredita Quando tem que ser, é, jão, huh, pres'tenção Vai vendo, parei pra fumar um de remédio Com uns moleque lá que pá, trafica nos prédios Um que chegou depois, pediu pra dar uns dois Logo um patrício, ó, novão e os carái, Fumaça vai, fumaça vem, ele chapou o coco Se abriu que nem uma flor, ficou louco Tava eu, mais dois truta e uma mina Num Tempra prata, show, filmado, ouvindo Guina Iiiih! O bico se atacou, ó, falou uma pá do'cê) Tipo o quê? (Esse Brown aí é cheio de querer ser) Ohh! (Deixa ele moscar e cantar na quebrada Vamo ver se é isso tudo quando ver as quadrada Periferia nada, só pensa nele mesmo, Montado no dinheiro e cês, aí, no veneno É a cara dele, truta, cada um no seu corre Tudo pelas verde, uns matam, outros morre Eu mesmo, se eu catar boa numa hora dessa Vou me destacar do outro lado depressa Vou comprar uma house de boy, depois alugo Vão me chamar de senhor, não por vulgo
Mas pra ele só a Zona Sul que é a pá, Diz que ele tira nóiz, nossa cara é cobrar O que ele quiser nóiz quer, vem que tem Porque eu não pago pau pra ninguém E eu? Só registrei, né, não era de lá Os mano tudo só ouviu, ninguém falou um "A") Quem tem boca fala o que quer pra ter nome, Pra ganhar atenção das mulher e outros homens, Amo minha raça, luto pela cor O que quer que eu faça, é por nós, por amor Não entende o que eu sou, não entende o que eu faço Não entende a dor e as lágrimas do palhaço Mundo em decomposição, por um triz Transforma um irmão meu num verme infeliz E a minha mãe diz: "Paulo, acorda, pensa no futuro, que isso é ilusão Os próprio preto não tá nem aí com isso, não Ó o tanto que eu sofri, o que eu sou, o que eu fui A inveja mata um, tem muita gente ruim" "Pô, mãe, não fala a**im que eu nem durmo, Meu amor pela senhora já não cabe em saturno" Dinheiro é bom, quero sim, se essa é a pergunta Mas dona Ana fez de mim um homem, não uma puta Ei, você, seja lá quem for, pra semente eu não vim Então, sem terror, inimigo invisível, Judas incolor Perseguido eu já nasci, demorou Apenas por trinta moeda o irmão corrompeu Atire a primeira pedra quem tem rastro meu Cadê meu sorriso? Onde tá? É, quem roubou? Humanidade é má e até Jesus chorou [Refrão: Mano Brown] Lágrimas... Lágrimas... Jesus chorou [Verso 2: Mano Brown] Vermelho e azul, ho-tel Pisca só no cinza escuro do céu Chuva cai lá fora e aumenta o ritmo, Sozinho eu sou agora o meu inimigo íntimo Lembranças más vêm, pensamentos bons vai Me ajude, sozinho penso merda pra carái Gente que acredito, gosto e admiro Brigava por justiça e paz; levou tiro: Malcolm X, Gandhi, Lennon, Marvin Gaye Che Guevara, 2Pac, Bob Marley E o evangélico Martin Luther King Lembrei de um truta meu falar a**im: "Não joga pérola aos porcos, irmão Joga lavagem, eles preferem a**im, Cê tem que usar piolhagem" Cristo que morreu por milhões Mas só andou com apenas doze e um fraquejou Periferia: corpos vazios e sem ética Lotam os pagodes rumo à cadeira elétrica Eu sei, você sabe o que é frustração (-ção) Máquina de fazer vilão Eu penso mil fita, vou enlouquecer E o piolho diz a**im quando me vê: "Famoso pra caralho, durão, ih, truta Faz seu mundo, não, jão, huh, a vida é curta Só modelo por aí dando boi Põe elas pra chupar e manda andar depois Rasgar as madrugadas só de 1100 Se sou eu, truta, não tem pra ninguém Zé povinho é o cão, tem esses defeito Quê? Cê tendo ou não, cresce os zóio de qualquer jeito Cruzar, se arrebentar, de repentemente, vai De .40, só querer tá no pente" Se só de pensar em matar, já matou Prefiro ouvir o pastor: "Filho meu, não inveje o homem violento E nem siga nenhum dos seus caminhos" Lágrimas molham a medalha de um vencedor, Chora agora, ri depois, aí, Jesus chorou Lágrimas