[Verso: Xamã]
Seus desejos são tão sobrios, frios
Nessa noite vou me embriagar com verdades
Sinto a maresia invadir a janela com meus olhos negros
Duas telas onde velas navegam na margem de Creta
Jogo minha fé nessas cordas de nylon
Onde os acordes [?]
No deserto de valores sem crédito, sorrisos sintéticos
A falta de sentimentos na fachada dos prédios
Me concentro nas memórias, vou...
Sobre a luz do poste destacada nessa chuva fina
O meu chão inclina, essa dor é inquilina
Se apagam as lamparinas e fecham-se as cortinas
Almas entram em pânico, distorcida realidade
Britam a felicidade, injetam no seu crânio
Esquadros, escalímetros, compa**os
Esmagam projeto na quatro monotonia, braço de titânio
Em pa**os largos, na calçada eu me questiono
O tempo voa...(2x)
[Verso: Makalister]
A cada oito horas: Amoxilina
Um amor que sumira
No próximo versículo um Paradoxo de Epícuro
A união das sílabas, separação dos discípulos
Uma garrafa em cima da mesa, gira
Cada polo, um destino
Consequência ou verdade
O calor queima os detalhes, a dor desenha os desastres
No Labirinto do Fauno
A terapia da palma da mão e os malefícios do óculos
Nas travessias das águas dos olhos onde os álamos brotam
Me jogo às ruas na postura de Cristo
Transformando água em vinho, bebendo com as putas e os filhos
Tu existe em mim. Amorfa e tíbia, grossa e cínica
De boca suja, mas de cara limpa
Ensebada de Nívea
24 anos e essa cara de ninfa
A doçura cítrica da tua vulva. Híbrida!
Nos pelos dessa buceta, meu universo negro
Minhas bolas na área como se tivesse o Crespo
É o frio de córdoba
O covil das córneas
O teu mundo caindo igual o Brasil na copa