Intro
O teu lugar é só um, ninguém o faz senão tu
(One time for my ODC sisters, one time for my ODC hoes)
Nah, tou na brinca
[Verso 1]
Antes de mais fodam-se todos
Os que vêm dizer que o beat é do J Cole e que isto é roubo de sons
O facto de me quereres mudar o flow
Mostra que és o que há de errado com o Hip Hop nos dias de hoje
Ambiciono isolar-me num paraíso insular, fazer disso lar e ser feliz lá ao concretizar os meus sonhos
Tou ocupado a mostrar à família novos horizontes e andas tu preocupado com a vida dos outros mano?
Vês-te submisso ao feitiço do matrix
A tal miss que deu tease soprou-te um kiss mas nem isso
Te trouxe um sorriso que se visse
Onze horas no serviço, preciso de mudar de filme please
Tudo cede, mas o trilho só é difícil no rumo certo
Para lutar pelo teu solstício qualquer punho serve
Mantém-te firme, e se voltares ao início volta a perseguir o objectivo ao qual te propuseste
Quem te ama acha que és especial e tens potencial para ser algo mais do que outros eram
Há muito sacrifício envolvido no ser feliz, não te deixes abater por isso nem fiques triste mano, todos erram
(Eu também)
Tanto somei e mais subtrai que agora estou no zero
(Posso não ter ganho)
Mas é no seio dos que guardo junto a mim que vejo o trono perto
(E eu sei)
Que é graças ao recheio do que vivi que nem quando sofro perco
E ainda oiço o eco dos que me disseram «Vai e sê fiel a quem és, o resto vem por acréscimo»
Caga na inveja mano, mantém a fé no plano, sonha alto mas tem os pés no chão
Há quem não faça as pazes à distância de um abraço
E quem te parta o braço quando lhe deres a mão
Há quem vá para outros lugares e te leve um pedaço
E quem te mantenha em baixo quando estiveres no chão
Mas só tens noção do quão bela é a vida quando nela reinar a recordação
[Refrão]
Tantos olham no furor mano
Mas quantos choram quando eu for mãe?
Não cedas à pressão da escuridão
Não tarda a amanhecer
Em qualquer situação a tua motivação
Há-de prevalecer
Não invejes outro rumo
Cada qual com a sua missão
Seja fácil ou duro
Cada dia é uma lição
[Verso 2]
Eu tenho amigos que já morreram há mais tempo que o que tens de vida
Compreendo que a alma é devida, mas não esqueço por mais que viva
Reais não são aqueles que só te dão apreço quando há comida
Mas sim os poucos que no aperto te tentam mostrar a saída
Farto de pensar como seria, numa perspectiva soteriológica
Suo a tentar para sustentar a minha árvore genealógica
Ao acrescer percepção cósmica nesta missão inóspita
A minha mente torna-se numa arma biológica que dispara lógica
Com cada bala que eu cuspi esculpi estados de espírito
Rituais líricos com os reals a ouvir-me cuspir e tu
Restrito ao ciclo circular, de ódio ao estilo singular
A sibilar sobre o meu sk** difícil de a**imilar
No nicho desta espécie egoísta é um luxo sonhar
Quem sua mais a t-shirt come em último lugar
Em dívida só tenho a alma até quem ma deu ma cobrar
Muita gente só te ajudava se recebesse a dobrar
Pareces fruto do repúdio que o país nutre por ti
Anos de estudo e sem rumo a um canudo do fim
Rostos lúgubres dão-te vislumbres dum futuro ruim
Vejo que o Mundo une-me os pulsos enquanto eu luto por mim
Ainda almejo o dia em que a luz me guie
Para longe daqui, junto de quem ri
E quando eu tiver de ir
Promete que nunca deixarás de lutar
Ainda há quem duvide, dizem que não consigo
Que o Mundo não é para mim, que não serei livre
Mas o fulgor que emito um dia irá libertar-me
[Refrão]
Tantos olham no furor mano
Mas quantos choram quando eu for mãe?
Nenhum chora quando eu for mãe...