[Intro - excerto de Charlie Chaplin em «O Grande Ditador»] We think too much and feel too little More than machinery, we need Humanity More than cleverness, we need kindness and gentleness Without these qualities life will be violent and all will be lost [Verso 1] Contempla o enxame exangue, por mais que os chamem eles andam Marchando sobre o cancro tirano que vai drenando o teu sangue Líquido estimulante no tutano de cada crânio de titânio Mutantes sobre-humanos com planos de semear o pânico espontâneo Mix de genes favoritos escolhidos por hibridações in situ Fruto de fertilizações in vitro, desprovidos de livre arbítrio Engato a arma no cinto, podes espancar-me eu não sinto Estou convicto de que o confronto terminará o conflito Recito Sartre e Descartes, ideais de liberdade Regras morais eu descarto ao preparar-me para o combate Não páro, só ataco, se a AK encrava parto para o pugilato Sem misericórdia, apunhalo a carótida do adversário Não busco glória, é ilusória demais no meio da sujidade Frágil como silicone ao lado do pecado que nos consome a carne Justiça que nada impacta e actua conforme é dada Privilegia a cla**e alta que nos priva de igualdade O regime sociopata tornou-me psicopata apátrida Farto de teorias que nunca resultariam na prática Incuto ordens de ataque, embuto cólera na táctica O campo de visão é desigual quando a justiça é estrábica O paraíso terreno após um tempo a nada se a**emelha Derivação da semente pérfida que a ambição humana semeia Foi um acumular de cefaleias após a a**embleia europeia É esse o descalabro em cadeia que recheia esta epopeia Selecção dos fortes, inteligentes, saudáveis, bonitos Os mais fracos, menos capazes, menos hábeis foram excluídos Factores como a fome, doença ou pobreza foram abolidos Seres vivos combatidos como vírus e incinerados como lixo Cada qual com a sua história de vida que poderia dar um livro Livre de dor e de alma, numa prateleira esquecido O depositário do espólio espiritual à espera de ser lido O imaginário de um mundo virtual sem pressa de ser vivido A Natureza respondeu à letra, há quem diga que foi vingança Quem o diz sou eu, quando engulo o álcool que há no bunker Com tanta memória recente, eu nem me recordo de ser criança Mesmo a**im desejo o futuro como uma mulher de esperanças A minha família foi chacinada e chama por mim nos meus sonhos São medonhos mas agradam-me por serem a única chance de reencontro Solto-me nos recônditos dos escombros com mais uns poucos Enterramos os defuntos e carregamos aos ombros os outros [Excerto de Charlie Chaplin em «O Grande Ditador»] Millions of despairing men, women, and little children Victims of a system that makes men torture and imprison innocent people The hate of men will pa**, and dictators die, and the power they took from the people will return to the people
And so long as men die, liberty will never perish [Verso 2] É fácil arguir de peito feito quando tens o prato cheio Ninguém te retira direitos ou escrutina os teus defeitos Nunca do preconceito derivaram opiniões de jeito Quem dera a metade do globo ter metade do pouco que tens Parido por um ventre humilde, consumi saber dos seus seios A nossa obsessão pelos bens tomou-nos como reféns Uns são vistos como reis, outros são isco em trincheiras Quanto mais me olho ao espelho, mais outros eus vejo Traídos por uma ambição idílica que julgávamos ser o Graal Tímpanos e pupilas à mercê de uma lavagem cerebral O que parecia uma miragem infernal não tardou a revelar-se real Mas o trigo não desponta sem ninguém a semeá-lo Guerreiro-poeta como Cyranno, munido de índole e engenho Enfrento qualquer tirano com gana e brio titânico Perdi tudo menos o ânimo, basta um último sacrifício humano Para ver os seus fúteis planos irem ao fundo como o Titanic Será que vale a pena apenas restar a destruição? A guerra nada resolve, mas é intrínseca à nossa condição A maioria dos que punem são os que escapam sem punição Destroem multidões por milhões e corroem pulmões com poluição Vulgarizam caras e pulverizam lares pela paz Chacinam princesas indefesas caso não nasçam rapaz Armam crianças e matam-nas caso não se achem capazes Caso desconheças prepotência vê-lhe a face em cartazes Negam a independência económica a nações supostamente endividadas Suicidas por energias não renováveis limitadas Bebe litradas, há países onde se visses bares nem entravas Onde sátrapas dividem conquistas ao fazer indígenas escravas É a era da depressão numa terra sob pressão A matéria é a guerra pelo cifrão na teia da corrupção Uns quantos além padrão vivem bem ou à patrão Milhões matavam-te só para comerem a tua carne do alcatrão Nada é mais triste do que ver feras domadas De alma conspurcada e alvo de chacota e chicotadas Eu faço parte das quimeras a**ilvestradas Em jornadas para reconstruir tudo do nada Contrario cada contratempo no meu trilho contra o tempo Se a intenção é o que conta eu tento ter a visão que eu contemplo A ver se vou de encontro ao trevo E chego a ser um dos sobreviventes deste enredo [Outro - excerto de Charlie Chaplin em «O Grande Ditador»] Soldiers! don't give yourselves to brutes - men who despise you - enslave you - who regiment your lives - tell you what to do - what to think and what to feel! Who drill you - diet you - treat you like cattle, use you as cannon fodder Don't give yourselves to these unnatural men - machine men with machine minds and machine hearts! You are not machines! You are not cattle! You are men! You have the love of humanity in your hearts! You don't hate! Only the unloved hate - the unloved and the unnatural! Soldiers! Don't fight for slavery! Fight for liberty!