Letra: Eduardo Damas, Manuel Adolfo da Maia Paião
Música: Alberto Janes
Pa**ei ontem pela rua onde morava
A cantada e recantada Mariquinhas
E qual não é meu espanto
Olho e vejo por encanto
Outra vez lá na janela as tabuinhas
Corri e bati à porta
E até fiquei quase morta
Quando ela se abriu pelas alminhas
Pois quem veio a porta abrir e a sorrir
Era mesmo a Mariquinhas.
Ai a Mariquinhas ´tá tão linda... ´Tá mais gordinha, pesa 100 kg... Mas como gordura é formosura, ela não se importa nada com isso... ´Tava a comer jaquinzinhos...
Eu entrei e abracei a Mariquinhas
Que me contou que um senhor de falas finas
Lhe deu a casa que é sua
Pôs o prego na rua
E correu com o tal senhor que era lingrinhas
Mandou caiar as paredes
Pôr cortinas de chinas
Nas janelas tão bonitas às bolinhas
E por fora, para chatear as vizinhas
Janelas com tabuinhas.
Bem-feita... Lá na rua ficaram todas danadas... Agora já não podem deitar para lá os mirones, é claro... O que ela se havia de alimbrar, hã?! É uma grande camarada a Mariquinhas...
Já tiraram os caixilhos às voltinhas
E a janelas já estão todas catitinhas
E p´ra afastar os temores
Do enguiço dos penhores
Defumou a casa toda com ervinhas
Pôs incenso das igrejas
E p´racabar com as invejas
Pôs um chifre atrás da porta às voltinhas
E na cama, sobre a colcha feita à mão
Debruada com borlinhas.
Ai a Mariquinhas é muito prendada... ´Tava a fazer uma colcha toda em crochet... Já me ofereceu... Diz que é para eu estrear no Natal... a colcha pesa 50 kg... Já me estou a ver pela porta fora com a colcha às costas...
Lá está tudo, tudo, tudo, até o xaile
E a guitarra enfeitada com fitinhas
E sobre a cama reparo,
Um peniquinho de barro
Bem bonito e pintadinho com florinhas
E eu fiquei tão contente
Ficamos calmamente
A beber té de manhã... ai... umas pinguinhas
Pois agora voltou tudo ao tempo antigo
Na casa da Mariquinhas.