Antigamente
Letra: Joaquim Frederico de Brito
Música: Júlio Proença
Era coito, a Mouraria,
Daquela gente
Condenada à revelia;
O fado ameno,
Canção das mais portuguesas,
Era o veneno
Pra lhes matar as tristezas.
E a Mouraria,
Mãe do fado doutras eras,
Que foi ninho de severas
Que foi bairro turbulento
Perdeu agora
Todo o aspecto de galdéria!
Está mais limpa, está mais séria
Mais fadista cem por cento.
Adeus tipóias
Com pilecas e guizeiras
Adeus rambóias
E cafés de camareiras
Nada mais resta
Da Moirama que deu brado
Do que a funesta
Lembrança do seu pa**ado.
E a Mouraria
Que perdeu em tempos idos
A nobreza dos sentidos
E o pudor de uma virtude
Conserva ainda
Toda a graça que ela tinha
Agarrada à capelinha
Da Senhora da Saúde.