[Verso 1]
É vida, bendita, palavra dita
Sai da alma, espremida
Como uma lágrima retida
Há muito tempo para ser vertida
É Vida, bebe, sacia
Essa sede que vicia
Saboreia o cálice que te delicia
Até à lápide que te anuncia
Dia após dia, eternidade
Objectivo, felicidade
A vida avança, não estagna, avança
O anelar continua sem aliança
Sólida oportunidade de mudança
Para já só estou a fazer esta criança
Que ecoa, ecoa, nas ruas do meu Porto
O tempo voa, voa, as rugas estão no corpo
Cá dentro sentimento, em bruto
Traduzo em forma de rima, cuspo
É vida, que brota da rocha
Refresca a tua alma, quando te toca
Como uma nota no momento certo
Num segundo efémero que me torna eterno
No teu ouvido, a vida com sentido
E claro, eu agradeço comovido
Eu só bombeio o suco do ventrículo
Continuo a ser apenas um veículo
Da vida que me transporta no caminho
E eu sigo, sigo, sigo, sozinho
O sol brilhou, após chuvas torrenciais
Aqui estou, mais forte, mais nobre
E vou, vou, por estradas multi-dimensionais
Rico de espirito nunca pobre
Eu sei, bem sei, sou denso
Desde o começo, que te ofereço
Vida, de coração aberto
Reto, correcto, honesto
Humilde, na via, pa**o após pa**o
Nos lábios, sorriso sincero
Sem espaço para o fraca**o
Agarro, construo aquilo que quero
São constelações de consciência
Para atingir a verdadeira essência
Da vida, do todo, que cresce
Desde que o sol nasce até que anoitece
Eu acredito no poder da minha prece
Porque a vida simplesmente acontece, é a Vida
A Vida, ela é única
É irrepetível, uma experiência incrível