Vi Logunedé, coisa mais doce
Pimenta no som ele é quem trouxe
Cor da Bahia, dengo e alegria
No chão de Minas o alô germina
Venta Iansã, dança caboclo
Canta Oxum, Xangô segura
A pedra mais dura pulsa no jogo
Ogum dá fogo e me incendeia
é a lux de Oxalá que nos clareia
é Yemanjá, som marinheiro
é meio a meio fazendo inteiro
Tudo começa quando termina
Ao som do tambor
Gente, vou contar procês o que rolou
Era num palácio aonde foi o show
Cantei com o baiano
Ela também cantou
Té Oxumaré pra curtir se calou
Té as almas vieram abrir a roda
E a criançada também tava lá
E o som tinha gosto de acarajé
Tudo misturado que nem vatapá
Tudo iluminado, uma festa total
Pé no chão e o axé fluindo pelo olhar
E com muita fé que é o jeito de se andar
Pois bem sabe:
"a fé não costuma faiá"
Ele entrou dançando um pondo de Exú
Amarelo e branco as flores no tambor
Cantei com o baiano, ela também cantou
No afoxé, no jêje, angola e nagô
Trança de falanges, união geral
De quem busca a luz
Num som universal
De amigos se cruzando num alô
Atabaque, couro, bambu e violão
De quem faz a vida
Um caminho de som
De armar no arco a flecha da canção
Música pulsando uma só sensação
No tambor da vida
Que é o coração