Abri a porta, varri a soleira e parei no tempo
Vi o calor afastar toda a sombra
Da noite que pa**ou
Joguei no sol almofada colchão travesseiro
Lavei as janelas com pano macio
Pus água nas jarras à espera das flores
Ah, esse cheiro de rosa no ar
Esse cheiro de rosa no ar
Sempre o mesmo
Lavei o rosto me olhei pelo espelho
E pintei na boca
Rubro carmim derramado
Um sorriso espantado a me espiar
Gota de sangue na ponta do dedo
Que brilha e que espalha o vermelho
Num risco traçado bordado apagado
Nas marcas do tempo
Ah, esse cheiro de rosa no ar
Esse cheiro de rosa no ar
Sempre o mesmo
Vendo morrer cada hora
Arrastando quebrada a asa do agora
No instante partido o momento que espera
A chegada da aurora
Ah, esse cheiro de rosa no ar
Esse cheiro de rosa no ar
Agora...