Sem tempo pra chorar, cheirar, me lamentar não da
Não posso ficar parado aqui
Vendo os trampos virar, o mundo evoluir
E eu na mesma merda sempre vendo meu mundo cair
O mesmo papo, o mesmo trapo
Nada muda e ao mesmo tempo que saco!
Cansado de ouvir que eu tenho talento que eu nasci pra isso, que isso é compromisso
Que sendo meu serviço ganhei tudo o que ele me deu nada!
Me fodeu, problema que não existia
Responsabilidade que eu nunca disse que queria
“imagem” me fizeram ter, não que eu sou, nem quis ser
E olha agora, quem que eu sou pra você?
Problema crônico, crônicas, poesia e vomito
Azia, cabeça vazia, eu sei é tão incômodo pra todos reclamar muito por tão pouco
Vocês vêem à grana e não vêem o sufoco, cômico
Um dia de cada vez e o tempo pa**a
Uma vez a cada dia o tempo embaça
Os minutos e as horas tão sem graça
Liberdade pra um preso é eutanásia
Ouço o tic-tac tão longe
Onde a felicidade se esconde
Tão longe, tão longe, tão longe ele se esconde
Armadilha armada, e eu não consigo ver
Vocês querem me matar? Eu nasci pronto pra morrer
Desmerecer o trampo é fácil quando a porta vem e abre mas me diz
Lá atrás vem foi homem pra pegar no mic?
Sai que eu tô falando sério irmão
Foda é se virar sozinho quando ninguém da mão
“perdido”, carimbo na testa, o limbo me resta sem sentido, labirinto e aqui tudo me testa
E da brecha pra sensação de impotência que impõe situações que te quebram no meio e decompõem
Sua fé inteira, vida na ladeira, nada é igual
Só buscando uma maneira pra saber o que é real
Então, corpo marcado, traçado de tinta porque talvez dor seja a única coisa que eu sinta
Agulha na pele, a sensação me sugere um abrigo
I FEEL PAIN por um segundo tô vivo
Um dia de cada vez e o tempo pa**a
Uma vez a cada dia o tempo embaça
Os minutos e as horas tão sem graça
Liberdade pra um preso é eutanásia
Ouço o tic-tac tão longe
Onde a felicidade se esconde
Tão longe, tão longe, tão longe ele se esconde
Maldito o homem que confia no homem
Responde tanta verdade que essa frase esconde
Mesmo sem base eu não larguei desse front
Mas não é uma frase, isso vai acabar onde?
O escuro é ótimo pra quem já não gosta da luz
E eu tô neurótico nada aqui me seduz
Engatilho, reluz… Na minha tumba jaz minha alma
Eu não vou mais aguentar vocês me pedindo calma
Na noite pa**ada me entupi de anfetamina
Afetou até minha mina, mas eu disse que aguentava
Não é suicídio, talvez “soulicidio”
Tipo homicídio pra quem já não sente nada
Ouve o tic-tac? É só um elemento
Mas eu me sinto leve como pluma ao vento
O coração não bate, os anjos se escondem
Você me pede pra que não, mas eu me encontro longe
Um dia de cada vez e o tempo pa**a
Uma vez a cada dia o tempo embaça
Os minutos e as horas tão sem graça
Liberdade pra um preso é eutanásia
Ouço o tic-tac tão longe
Onde a felicidade se esconde
Tão longe, tão longe, tão longe ele se esconde