Vamos deixar as janelas abertas E deixar o equilíbrio ir embora Cair como um saxofone na calçada Amarra um fio de cobre no pescoço Acender o intervalo pelo filtro Usar um extintor como lençol Jogar pólo-aquático na cama Ficar deslizando pelo teto Da nossa casa cega e medieval Cantar canções em línguas estranhas Retalhar as cortinas desarmadas Com a faca surda que a fé sujou Desarmar os brinquedos indecentes
E a indecência pura dos retratos no salão Vamos beber livros e mastigar tapetes Catar pontas de cigarros nas paredes Abrir a geladeira e deixar o vento sair Cuspir um dia qualquer no futuro De quem já desapareceu Deus, Deus, somos todos ateus Vamos cortar os cabelos do príncipe E entregá-los a um deus plebeu E depois do começo O que vier vai começar a ser o fim