Para quem não saiba, sou Glória Sem estória nem hora marcada. No fundo da escada, no Astória, Num ermo, na berma da estrada. Para quem quiser Eu faço de tudo com nada, De santa, de mãe depravada, Com gozo ou com dôr... Ai... Eu já fui menina, menina Num tempo de avós e de fadas. O sol sobre a casa mais fina, Menina, família sagrada. E o que sobrou, A terna esperança de um parto, A sombra na porta do quarto. E flôr que secou... Ai... Detesto amor, detesto os seus enganos, Os seus gestos, os seus planos, As promessas, os suspiros, São delírios desumanos, Ou então foi sempre a**im Que essa gente fraca e crente Foi contente na corrente e até ao fim.
Não sou a**im, Não creio, enfim em mais que o mutilar da velha dôr... Detesto amor, detesto amor. Ai... Para quem não saiba, eu gosto Do mosto do rosto animal, Do cão que há no homem, bem-posto, Da sofreguidão mais carnal. E só quem souber as normas da vida ao contrário, Do luxo do lixo ordinário. É meu ditador Ai... Detesto amor, detesto os seus enganos, Os seus gestos, os seus planos, As promessas, os suspiros, São delírios desumanos, Ou então foi sempre a**im Que essa gente fraca e crente Foi contente na corrente e até ao fim. Não sou a**im, Não creio, enfim em mais que o mutilar da velha dôr... da velha dôr... Detesto amor, detesto amor. Ai...