Grande cambará-preto Sabor de sarrabulho soou No gogó Som de balafon seco Na boca a pororoca explodiu Tororó Ê ê ê ê ê Aiaô aiaô aiaô aiaô Aeaê aeaê aeaê aeaê Aeaô aeaô aeaô aeaô Beirando a rumba Cheirando a Cuba Regando a tumba Umbando a banda Mambando a cobra Dobrando Havana Hablando o ganzá Zanzando por lá Cavando o baú Caçando urubu Na praia, na praia... Minha sabedoria é um punhado de segredos mortos.
O que descobri até hoje, os tesouros que roubei, Nenhum deles brilhou mais do que um único dia, Um único momento. Depois despenca uma cascata de sombras, E uma enxurrada noturna leva o ouro dos meus dias. Os dias, que eu saiba, não há um sequer Que não tenha anoitecido. Isso é toda minha sabedoria. Mas minhas noites, com seus martelos escuros, Esculpiram meu ser e fizeram de mim uma flecha. Nada sei, mas de nada mais precisaria.