1. Eu pertenço a uma geração a qual foi ensinada A "virtude" da escuta e da paciência exagerada Cresci e multipliquei estes ensinamentos Para que as gerações vindouras dessem seguimento Estava ciente que era um digno continuador De um conjunto de valores que só depois entendi melhor Que de nada me valeria senão para alimentar Uma frustração partidária singular Deixando o povo na posição de ocupantes Duma terra já era sua por direito desde antes Milhares como eu eram carne para canhão Numa guerra que ninguém soube explicar à minha geração Até hoje ninguém explicou a nenhum soldado Porque apertou o gatilho até de olhos fechados Para abater o adversário ou matar o próprio irmão Se o objectivo da independência já estava nas nossas mãos.
2. A minha geração obrigaram-na a não questionar a verdade A não ir em lutas cívicas que moldam humanidades Intimidaram-na com barcos sem leme Com os fantasmas das mortes encomendadas pelo M Este país é um castelo, arqueologia de bordel Os tetos são de vidros e tudo sabe a fel As esculturas salientam um partido sem sentido As estruturas se baseiam no que tem nos ferido Acho que o sol gira à volta de uns tantos E escurece a vida de outros em cada canto Ler a bíblia de nada serve hoje É um desperdício para muitos de nós Surgiram prisões arbitrárias, sem direito A justiça não teve peito para suportar o efeito Tenho vergonha desta teia de juízes de bancada Vendedores da pátria, fiéis ao partido dos camaradas.