[Verso 1]
To de pé, mas inda não sei por quanto tempo
Ai é nessa hora que eu lembro da minha mãe dizendo
Com os olhos cheios de lágrimas lembrando das histórias
De vários dias de fome, de poucos dias de glória
Sem condições de dar uma mansão pra ela
Boto as ideia em prática pra tirar ela da favela
São raps e rimas, é o que eu sei fazer
Então pega, divide, enrola e vai vender
Não! Tô atrás de novos horizontes
Depois da morte do menor nada é como antes
Dinheiro é bom, mulher melhor ainda
Mas prefiro dar um rolé pelo meu bairro em paz, quero poder viver minha vida
Sem arma, sem precisar da pólvora que faz a mãe chorar
Sem precisar defender, depois nem lembrar
E abraçar aquele que o fogar vai matar
Os dias pa**am, eles não lembra de que lado estão
Não precisa ser do meu, não faço questão
Sei quem até hoje me ajudou nos meus caminhos
Então resta os que se lambem e se enforquem sozinho
Dez no bolso, uma na agulha e cinco no tambor
Fé em Deus, Senhor evite isso, por favor
Proteja meus amigos, minha família aonde quer que eu vá
Estenda suas mão pra mim... (barulho de tiros)
(Oh Senhor, meu filho... Esse BOPE cuzão do caralho, meu filho)
[Refrão]
A fé não é a mesma, pois é fácil não testar, né?
Tem falador ali na na porta do bar, tem
Olha os caninha querendo te forjar
Preciso de um microfone
(2X)
[Verso 2: Tony Mariano]
A rua ta fechada, tudo liberado
A feira ta montada, clientes pra todo lado
Se quiser comprar tem, se quiser usar tem
Vários moleque vendendo, troco, pega ali e senha
A firma tem poder, dinheiro não é problema
Não, a solução pra não obedecer o sistema
O mercado é negro, o ouro é branco
Fardado ganha a dele, as paty desce do tamanco
O produto é sofisticado, variedades
Mercadoria por padrão de qualidade
Tem importado, com nacionalidade
Só aceitam à vista, não importa a quantidade
Não tem trabalho escravo, mas tem os menor de idade
Que fica naquele pique na periculosidade
A rua gira a maloca, o sonho realidade
Mas vira pesadelo se não tá na atividade
[Refrão]
[Verso 3]
O coração bate apertado quando lembro do pa**ado
Quando as dores eram apenas os meus joelhos ralados
Brincadeira de criança sempre tinha confusão
Ninguém queria ser polícia, geral queria ser ladrão
Foram lágrimas, Whisky, baile funk e cadeia
A maioria dos melhor levaram a sério a brincadeira
Uns matando, outros morrendo, ajuntar um pé de meia
Chega de apanha dos cana (Mãe, eu prefiro a correia)
Quando eu me envolvi no crime, meu pai tentou conversar
Mas lá no fundo ele sabia que não ia adiantar
Falou que era exemplo vivo de onde isso ia chegar
Pediu pra eu não dar volta e muito menos caguetar
Apesar de um abraço forte eu me senti sozinho
Falou pra eu me cuidar com quem entrar no meu caminho
Pra eu nunca me afundar em c**aína e vinho
Se eu rouba**e ou estupra**e eu não era mais seu filho
Eu juro, queria ser diferente
Não queria ser desgosto da família inteira crente
Tem coisa na vida que eu me arrependo amargamente
Os "professor" até dizia que eu era inteligente
Pelos menor do morro que eu não vou cair
Pela minha mãe, pela minha filha dessa vida eu vou sair
Dos ensinamentos do meu pai que até hoje eu não esqueci
Pra quem achou que eu ia ser bandido, hoje eu virei MC
(Qual a da sequência? Tá ligado que a fé não é mesmo pra se testar, né?
Um monte de falador ali na porta do bar, monte de caninha querendo te forjar
Melhor mesmo é nóiz pegar o microfone)