Nuvem, nuvem, nuvem – não há
Só o azul co essa seca segue a esturricar
No céu, no céu arde a pedra do tempo
Arde a tarde que arde o meu peito por dentro
Quero a sombra que me cobre a pele
Da cobra de fogo que vem pelo ar
Com sua língua ardente e seu dente a chamar
& a lembrança mais viva do meu olho seco
São as águas caindo formando lagoas
Cachoeiras rugindo e os peixes mordendo
E os cabelos molhados da ninfa a me olhar
& a lembrança mais viva do seu olho seco
é a seca caçando é a seca a caçar
Invocando a chuva nos ritos do leito
Tromba dágua dilúvio rio a transbordar