Aquilo que era mulher... Pra não te acordar cedo, saia da cama na ponta do pé Só te chamava tarde, sabia teu gosto, na bandeja café Chocolate, biscoito, salada de fruta Suco de mamão... no almoço era filé mignon Com arroz à la grega, batata corada, um vinho do bom No jantar era a mesma fartura do almoço, e ainda tinha opção É, mas deu mole, ela dispensou você Chegou em casa outra vez doidão Brigou com a preta sem razão Quis comer arroz-doce com quiabo Botou sal na batida de limão Deu lavagem ao macaco, banana pro porco, osso pro gato
Sardinha ao cachorro, cachaça pro pato Entrou no chuveiro de terno e sapato, não queria papo Foi lá pro porão, pegou tresoitão Deu tiro na mão do próprio irmão... que quis te segurar Eu consegui lhe desarmar... Foi pra rua de novo, entrou no velório pulando a janela Xingou o defunto, apagou a vela Cantou a viúva, mulher de favela, deu um beijo nela O bicho pegou, a polícia chegou... um coro levou, em cana entrou E ela não te quer mais... bem feito