(Factor - Verso 1)
A TVI traz o drama, a ficção e aquela programação
Que não te dá nada só te rouba a atenção
A falar de cenas menores e temas superficiais
Que não te deixam ver pormenores nem pensar em coisas reais
Mas se eu te disse-se que o meu stress é outro, é gigantesco?
É deste inferno dantesco que a gente ocupa (ya)
É a divina comédia que os média estão-se a cagar
Em que a gente está a pagar mas nem sequer se preocupa
Com a juventude que hoje vê tudo com uma ligeireza insana
Vive no mundo onde o duto é bom mas às vezes engana
E em gincana andam pitas com uma gana de atitude
Como se foder e fumar picas fosse a sua maior virtude
E em gincana andam putos com uma gana de atitude
Como se as fotos do Facebook fossem-vos fazer ma**udos
Se não entendem não sejam brutos, calem-se e estudem please
Leitura sempre deu mais frutos que seguir a tacanhice
(Sample - Mário Viegas)
Basta, uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas
É uma geração que nunca o foi. Basta!
(Tem P - Verso 1)
Mentira tem perna curta para a menina que é astuta
Hoje não estuda só ramboia e reclama que a vida é puta
Para quem saiu da luta não batuta no que quer
Fica e escuta , não trabuca só batota e mulheres
Mais catotas, mais altares, tens a ma**a que tu queres
No teu corpo e no teu bolso e quantos corações tu feres?
No teu block é só rapazes, capazes , são Az's
Com cadastros mais leves a roçarem os mais graves
Quantos anos se pa**aram? Quantos manos eles levaram
Por tentar se safar na vida quantas vezes nos insultaram?
Já não paro na estação, revistam-te sem razão
São todos da mesma raça e racismo é ilusão
Diz-me então! (Diz-me então)
Se tu és um vacilão (vacilão, vacilão)
Ou é má reputação faz-te então , arma te em campeão, herói
Quando a verdade bater-te a porta vais sentir como ela dói
(Sample - Mário Viegas)
Basta! Não é preciso disfarçar-se para se ser salteador
Basta escrever como Dantas. basta não ter escrúpulos
Nem morais, nem artísticos, nem humanos
Basta andar com as modas, com as politicas, com as opiniões
Basta usar o tal sorrisinho, basta ser muito delicado e usar
Côco e olhos meigos, basta ser Judas, basta ser Dantas!
A baixo a geração... A baixo a geração!
(Factor - Verso 2)
Se a vida é dura às vezes vale a pena sentir a doçura dum problema
Eu sou daqueles que nunca se resigna...
Porque ninguém me a**egura que a minha vida futura
Um dia será uma tortura ou uma vida digna...
Logo eu vivo no lume o cumulo do Carpe Diem
Com os pés para o túmulo por isso o que eu amo guia-me
Com tanta coisa que me afronta e me atormenta
Na minha fronte que a minha venta tranca e a minha mente esquenta
Desde o berço a ver o meu povo a perder-se, gente mesquinhas
Com desinteresse pela vida ou então são paranoias minhas
Armadilhas e tramoias da minha mente, boias que o meu corpo sente
Ou são noias que acontecem realmente?
E se está mesmo à nossa frente o que nos prende (o que nos prende)
Está na hora de acordar e elucidar a nossa gente
Doravante será diferente embora avante o caminho seja longo
Bem longo mas será sempre em frente
(Tem P - Verso 2)
Eu sou da geração perdida num breve resumo
Onde a vida é esquecida Em festas e fumo
Eu não durmo estou alerta, sigo a seta do meu rumo
Na descoberta chego a meta que liberta o que acumulo
A vida pa**a me pela vista, balança-me sambista
Toca-me suavemente com dedos de pianista
Aprendo a ouvir mais, não responder baixar a crista
Estou duro como pedra, sou o Bolt se faço-me a pista
Espalho terror sempre que escrevo, suicida bombista
Dei amor só vi desprezo, Portugal racista
Sou do mundo da hipocrisia, da fome, xenofobia
Do odio, do rancor, do dissabor, pedofilia
Sou do mundo do impossível como toques de magia
Se o que faço é vandalismo diz me tu o que é a poesia
Contesta a tua voz, não é por ti , ela é por nós
É pelo povo que consente a dor que vem dos teus avós
(Sample - Mário Viegas)
Portugal inteiro há de abrir os olhos um dia, se é que a sua cegueira não é incurável
E então gritará comigo a meu lado a necessidade que Portugal tem em ser qualquer coisa de a**eado