[Verso 1: GOG]
E de repente o mundo cai sobre minha cabeça
Arremessando bem longe várias teorias
A tristeza toma conta do espaço, da alegria
É, como dói querer ser sempre coerente
E se sentir completamente incompetente
Querer sair voado, aposentar o microfone
Arregaçar as mangas, agir, pa**ar a ser de fato um homem
22/08/95 nasce um novo GOG
Enquanto entre um gole e outro muitos vão se escondendo
Tô aprendendo, começo a me descobrir
Não meu mundo não é esse aqui
O meu é um sonho ainda a construir
Preciso trabalhar, vem cá vamos conversar
Tô de peito aberto sem ferro ferido
Se querer o seu bem é a senha, pode crê tai sou seu amigo
Não para te falar de risos
O nosso dia a dia nos reserva muito pouco disso
Alguns avisos sobra miséria, situação tá séria
Canto pro meu povo e não pra platéia
Overdose de atitude na cla**e média
Ou a dose certa para fazê-la enxergar um palmo além da matéria
Competência pra subir, sem pensar só em si
E deixar os outros na merda
É Japão tô puto, meu coração de luto
Não porque alguém morreu
Mas porque alguém nasceu e nunca viveu
Um ser humano como você e eu
Desprezado, desacreditado em tudo aquilo que pensa e faz
Condenado pelos ratos que rondam a não ter uma só noite de sono em paz
É demais... É demais...
[Refrão 2x: Paula Lima e GOG]
Sem orgulho, sem respeito, sem saúde, sem paz (é demais!)
[Verso 2: GOG]
Ainda tô estranho, a cena foi um baque e tanto
Golpe duro aplicado, o pai desempregado
A mãe aos 33 derrame cerebral um lado paralisado
Meio de locomoção: Um carrinho de mão
Um dos filhos cego, erro médico irreversível
Dá pra imaginar? Meu Deus! Tudo junto numa só família
Será que existe situação pior?
Estraçalhados pela vida sem dó
Lá vão eles, não sei pra onde, não vivem, não moram, se escondem
Eles também são brasileiros, só que renegados por inteiro
Pra benefícios os últimos, pra se dar mal os primeiros
Não falam o português direito
Assinatura? O polegar sem graça, sem jeito
Caneta pra quê? Respeito, o quê?
Suas súplicas não surtem efeito, crime sem fiança
Olha a criança, cega sentada no meio fio
Podia ser seu filho! É quase meio dia e o caneco ainda está vazio
Se você tem uma moeda você dá é claro, cuidado!
A decisão entre a maior ou menor valor não vem ao caso
Mas com certeza o sentimento do seu ato está sendo observado
[Refrão 2x: Paula Lima e GOG]
[Verso 3: GOG]
Casas, casebres, barracos, vários considerados
Transporte precário, a qualquer horário buracos
Remendos no asfalto, becos mal iluminados
Bêbados jogados, convívio com o vício
Sangue frio de cara ou chapado, periferia é a**im
Assim é o Riacho, quer mais motivos?
Falta incentivo, esse é o mundo que será herdado pelos nosso filhos
Eu tô legal, eu tô a pampa
Sigo os ensinamentos do seu Genésio e dona Sebastiana
Valeu pai! Valeu mãe!
O telefone toca toda hora
Piauí, Ceará, Maranhão, brasilzão à fora
Caras que acreditam na proposta
"Dia-a-Dia da Periferia", milhares de cópias
O que os adversários vão dizer agora?
Já sei, dão um 10 porque não conhecem você
Chega de tolices! O maior dos homens disse, é bom não esquecer:
"Felizes aqueles que não precisam ver para crer"
É Japão tô puto, meu coração de luto
Não porque alguém morreu, mas porque nasceu e nunca viveu
Um ser humano como você e eu
Desprezado, desacreditado em tudo aquilo que pensa e faz
Condenado pelos ratos que rondam a não ter uma só noite de sono em paz
Concordem comigo amigos, é demais!
[Refrão 2x: Paula Lima e GOG]
[Finalização: Paula Lima]
Até quando..?
Até quando..?