Homem bom ou homem mau o mal não está por fora A mente é o aloquete para a caixa de pandora Este encantamento é uma excomungação Contra o bafo hipócrita sinto a sombra à minha volta Inspector Mórbido, insurrecto no ego lírico Poético licantropo injeto-te inferno no íntimo Criativo megalómano antropóf*go Comi o oitavo pa**ageiro sou o nono no teu estômago Não fui queimado vivo, não escondo chagas de cristo Escondo balas entre falas que te abalam o espírito Não vejo letras nem palavras, vejo larvas Invisual na solidão o meu braille é caligrafia em lava És um alvo mental...eles dão-te epidoral Poetas bons de coração bom são como o mar de Aral Pega fogo à tua hesitação o medo não é real Não há santos na tua vida só bonecos na catedral Ajuda-me a encontrar...a voz que me é legítima Não sou rato nem flautista, não sou flauta nem sou Krishna Não seja rábula, mágoa é doença que deixa mácula És tarântula atento à vibração do caminhar do crápula Sessão de evocação com copo quando algo corre mal Encantam-te ao ouvido faz de conta que ouves mal Caminha ao contrário no sentido anti-horário Não finjas que não sentes, dança a valsa com o diabo Oremos senhor das trevas ou da luz Cobre-me com o teu sangue, livra-me do mal Ajuda-me a encontrar a voz dentro de mim Eu vou conseguir, eu vou conseguir O desejo anda descalço no asfalto com escorpiões
Que brilham na escuridão ao longe parecem anjos Sorriem como aparições celestiais aos fracos Embalam-te a visão, lacraus envenenados Dogmas hidráulicos amortecem o teu desânimo Desilusões são condecorações que mutilam o teu ânimo Cuidado com os conhecidos, eles vestem a pele de amigos Iludem com boa intenção quando eles são o inimigo Procura o teu dom, projeta a tua magnitude na Terra És fera que rebenta a cápsula que dispara para a imensa nébula És seta que acerta às indiretas da boca da besta És meta que limita a circunferência à volta da treta Cuidado! Observam-te como gárgulas espalham fábulas Eles mancham o teu nome e a tua cara mau olhado! Sê forte, não olhes! Aparecem-te como orbes Observa bem a foto dos amigos que tu escolhes Escuta a voz dentro de ti sente o teu peito a abrir Só tens de repetir – EU VOU CONSEGUIR Explode! Com a força que há em ti é o ritual Cobre-me com o teu sangue, livra-me do mal Caminha pela verdade porque a culpa morre solteira A mentira é filha da puta, viúva e também parteira Usa a tua luz sorrisos não se medem no escuro A natureza imutável do demónio é o orgulho Oremos senhor das trevas ou da luz Cobre-me com o teu sangue, livra-me do mal Ajuda-me a encontrar a voz dentro de mim Eu vou conseguir, eu vou conseguir