Não digo nada em vão...Fusão em stéreo Excalibur no papel do mensageiro épico Poeta com caneta d'aço não esqueço de escrever Escrevo tudo para sempre para nunca esquecer Escutar o som, a morte é uma canção de embalar A erosão da vida dá-me muito tempo para sarar Vejo algo luminoso quando o mal é residente A lua serve de consolo quando o sol não está presente Poesia...é flor que o alcatrão não destrói Como um dragão que cospe fogo quando o corpo lhe dói Adormecer coberto em mágoa, caminhar em Gizé Acordar em Niagara com a fúria da água Poesia...conversa de homem para homem De homem para deus...de deus para o demónio Poesia...é alto mar que dança agitação Stradivarus enjaulado neste mundo sem tom Só sente quem atinge, poesia não se impinge Poeta não se vende quando esconde o que não finge Sou malha num tear que tece fios de orgulho No amor ou no veneno, na saudade ou desapego
Poesia...caligrafia com timbre dedilhada Pelas cordas da minha voz como a harpa de Deus Dagda Poesia...paixão que não se pode roubar Um murmúrio de 1000 vozes que te fazem corar Discutir com uma folha é dialogar com a inspiração Em sonhos já fui um gigante nas ilhas de Salomão Sou paz na inquietação, poesia é telequinesia e sedução Encantamento já escrevo sem as mãos Excalibur, aquele cuja alma é dourada Será digno de sentir o poder de uma espada Poesia...o meu sudário de Turim Deixo marcas desta vida para a vida seguinte Eu escrevo pela dor....eu canto pela fome Escrevo porque a força que há em mim é enorme Escrevo pela sede a minha guerra é interior Pertenço ao que escrevo o meu desejo é superior Se algum dia não sentir mais a mão A poesia nunca morre enquanto bate o coração Escrevo pelo fogo que só queima quem sente Sou tudo o que escrevo e que deixo para sempre